Quarenta e Oito.

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Valentina Ferragni
Milão, Itália

A manhã começou como qualquer outra. Eu estava na cozinha, preparando o café da manhã de Violetta, enquanto ela brincava na sala com Dior. O aroma do café fresco enchia o ar, e o som da risada de Violetta, tão puro e inocente, fazia com que o dia começasse com uma leveza rara. Estava tudo bem, ou pelo menos, tudo estava voltando ao normal. Eu e Damiano conseguimos encontrar um equilíbrio. Ainda era estranho, claro, mas já não havia aquela tensão esmagadora entre nós. Conseguíamos conversar, rir, e, mais importante, conseguimos ser bons pais para Violetta.

— Mamãe, posso colocar mais açúcar na minha torrada? — Violetta perguntou, com aqueles olhos grandes e curiosos, já segurando o potinho de açúcar como se estivesse pronta para fazer uma bagunça.

— Um pouquinho só, amor. Não queremos formigas na casa, né? — Eu disse, com um sorriso enquanto pegava o açúcar de volta. Ela fez uma careta, mas acabou rindo também, voltando a se concentrar na sua torrada já adocicada.

Enquanto arrumava as últimas coisas na mesa, decidi dar uma olhada no telefone. A rotina de conferências de Damiano em Nova Iorque estava acontecendo, e, por alguma razão, eu senti a necessidade de verificar as notícias. Talvez fosse o instinto, ou apenas a curiosidade de saber como ele estava indo.

Eu abri as redes sociais e, de repente, vi um grande alvoroço nas postagens. Todos estavam comentando sobre as indicações ao Grammy. Com o coração acelerado, fui direto ao site oficial para verificar se era verdade. E lá estava, brilhando na tela do meu celular: Måneskin, indicado em três categorias: Artista do Ano, Melhor Álbum, e Melhor Canção de Rock

Meu coração deu um salto, e, sem pensar duas vezes, eu já estava discando o número de Damiano. Ele devia estar exausto, provavelmente ainda dormindo por conta do fuso horário, mas eu não podia esperar para dar essa notícia. Depois de alguns toques, ele atendeu com a voz rouca e sonolenta.

— Valentina? Tá tudo bem? — Ele perguntou, preocupado, mas ainda se ajustando à realidade.

— Damiano, você foi indicado ao Grammy! Três indicações! Artista do Ano, Melhor Álbum e Melhor Canção de Rock! — Eu disse, sem fôlego, sentindo a empolgação transbordar enquanto eu falava.

Houve um breve silêncio do outro lado da linha, como se ele estivesse processando a informação.

— O quê? — Ele finalmente disse, e eu podia ouvir o som dos lençóis enquanto ele se sentava na cama, provavelmente ainda meio atordoado. — Você tá falando sério?

— Sério! Saiu agora mesmo! — Eu confirmei, rindo de felicidade pela banda. — Eu não podia esperar para te contar.

Damiano soltou uma risada, e eu podia sentir o sorriso dele mesmo à distância. — Isso é... Meu Deus, isso é incrível! Eu nem sei o que dizer.

— Diga que você vai comemorar com a gente quando voltar pra casa! — Eu sugeri, sentindo uma onda de carinho por ele. Estava tão feliz por tudo isso, por eles, por tudo que passaram e finalmente estavam colhendo os frutos.

— Claro que vamos. Eu vou querer ver a carinha da Violetta quando estivermos juntos pra comemorar. — Ele respondeu, ainda rindo. — Ela vai adorar a bagunça com toda certeza.

— Ela vai ficar tão orgulhosa do papai dela. — Eu disse, sentindo uma pontada de emoção ao imaginar a cena. — Estou tão feliz por vocês, Damiano. Sei o quanto batalharam para terem o
nome de vocês. Vocês merecem isso, de verdade.

— Obrigado, Val. — Ele disse, a voz um pouco mais suave agora. — Isso significa muito pra mim, ouvir isso de você.

— Quem diria hein? aquele cara arrogante que peitou Fedez em sua primeira apresentação do X Factor agora é indicado ao Grammy. Não sei o que me surpreende mais, isso ou fato de que esse arrogante é o pai da minha filha.

Supermodel - Damiano David. Onde histórias criam vida. Descubra agora