Supermodel - Damiano David.

Treze.

Valentina Ferragni
Roma, Lacio

Acordei na manhã seguinte com a luz suave do sol entrando pela janela do quarto de Damiano. Era uma sensação estranha estar ali, no quarto onde ele passou sua adolescência, cercada pelas memórias de sua juventude. Damiano já estava de pé, sentado ao meu lado na cama, mexendo no celular.

— Bom dia — disse ele, sorrindo quando percebeu que eu estava acordada.

— Bom dia — respondi, espreguiçando-me. — Dormi tão bem.

— Fico feliz em ouvir isso. Minha mãe fez café, vamos descer?

Assenti, levantando-me. Coloquei uma roupa confortável e seguimos para a cozinha, onde Rosa já estava movimentando-se, preparando a mesa do café da manhã. Daniele estava sentado à mesa, lendo o jornal.

— Bom dia, querida! — disse Rosa, animada ao nos ver. — Espero que tenham dormido bem.

— Dormimos muito bem, obrigada — respondi, sorrindo.

Nos sentamos à mesa e começamos a comer. Rosa preparou uma variedade de pães, queijos e frutas, além de café fresco que enchia a cozinha com um aroma acolhedor. A conversa foi leve e agradável, centrada em histórias de família e planos para o dia.

— Pai e eu vamos ao mercado mais tarde — anunciou Damiano enquanto passava manteiga em um pedaço de pão. — Precisa de alguma coisa, mãe?

— Só peguem os ingredientes para o almoço. O resto está tudo sob controle — respondeu Rosa, sorrindo para os dois.

Após o café, Damiano e Daniele se prepararam para sair. Rosa e eu ficamos sozinhas na cozinha, terminando de arrumar a mesa. Senti uma leve tensão no ar, como se Rosa quisesse falar algo importante mas não soubesse como ou onde começar.

— Valentina, querida — começou ela, enquanto lavava a louça. — Como você está se sentindo com a gravidez?

— Estou bem, na maior parte do tempo — respondi, tentando manter a voz leve. — É uma experiência nova e, às vezes, um pouco assustadora, mas Damiano tem sido muito apoio.

Rosa sorriu, enxugando as mãos em um pano de prato.

— Fico feliz em ouvir isso. A gravidez pode ser desafiadora, mas também é um momento muito especial.

Sentamo-nos à mesa com duas xícaras de chá, e Rosa começou a contar sobre suas próprias experiências.

— Quando estava grávida de Damiano, foi uma aventura. Ele era tão ativo, chutava o tempo todo. Com Jacopo, foi completamente diferente. Ele era tranquilo, quase como se soubesse que não deveria me dar trabalho porque isso seria trabalho do irmão mais novo.

Rimos juntas, imaginando as diferenças entre os dois irmãos mesmo antes de nascerem.

— E como tem sido para você, Valentina? Alguma coisa em particular que você tem achado difícil?

Pensei por um momento antes de responder.

— Acho que a incerteza é a parte mais difícil. Não sei exatamente o que esperar, e às vezes isso me deixa ansiosa.

Rosa assentiu, compreensiva.

— Isso é normal. Eu também me senti assim, especialmente com meu primeiro filho. Mas você tem um bom sistema de apoio, e isso faz toda a diferença.

Ela fez uma pausa, olhando para mim com seriedade.

— Valentina, posso ser franca com você?

— Claro, Rosa — respondi, sentindo meu coração acelerar um pouco.