Supermodel - Damiano David.

Cinco.

Damiano David

O motor do jato privado ronronava suavemente enquanto voávamos em direção a Milão para a grande festa de comemoração dos 70 anos da Sony Music na Itália. Eu olhava pela janela, observando as nuvens passarem rapidamente, desejando estar em qualquer outro lugar, exceto em um evento de gala.

Thomas, Victoria e Ethan estavam espalhados pelos assentos, conversando animadamente sobre a festa. Thomas, como sempre, estava cheio de energia, enquanto Victoria e Ethan pareciam igualmente animados. Eu, por outro lado, só conseguia pensar em como preferia estar em casa, deitado na minha cama, com meu gato.

– Ei, Damiano! – chamou Thomas, interrompendo meus pensamentos. – Está ansioso para a festa? Ou só quer estar na cama com seu gato, como sempre?

Soltei um suspiro, sabendo que o comentário não passaria despercebido.

– Vocês sabem que eu odeio essas festas – respondi, tentando manter a calma. – Prefiro mil vezes ficar em casa.

Victoria riu, trocando um olhar divertido com Ethan.

– Claro que sabemos, mas precisa parar de ser tão ranzinza. Vai ser divertido, e é importante para a banda.

Ethan, sempre o mais sereno, acrescentou:

– Além disso, é uma ótima oportunidade para nos conectarmos com outras pessoas da indústria. Pode ser bom para nós.

Rolei os olhos, mesmo sabendo que eles tinham razão. Festas como essa eram oportunidades importantes, mas a minha aversão a elas era difícil de superar.

– Eu entendo a importância, só não gosto do ambiente. Muita gente, muita superficialidade.

Thomas levantou-se e veio sentar ao meu lado, dando-me um tapinha no ombro.

– Vai sobreviver, Damiano. E quem sabe, pode até se divertir um pouco.

Revirei os olhos novamente, mas não pude deixar de sorrir. A verdade é que eu valorizava muito minha banda e sabia que eles sempre tinham boas intenções, mesmo quando estavam me provocando.

– Ok, ok, vou tentar não ser tão ranzinza. Mas sem promessas – disse, levantando as mãos em sinal de rendição.

Victoria sorriu e levantou a taça de champanhe.

– Ao nosso líder menos ranzinza!

Todos riram e brindaram, e por um momento, o peso da festa iminente pareceu diminuir. Mesmo com minha relutância, estava grato por ter amigos e colegas de banda que sempre sabiam como levantar meu ânimo.

A viagem passou rapidamente entre conversas e risadas, e logo estávamos pousando em Milão. O clima de final de verão estava perfeito, e a cidade parecia ainda mais vibrante do que de costume. Saímos do jato e fomos direto para o hotel onde ficaríamos hospedados. A Sony tinha reservado suítes para nós, e enquanto os outros pareciam empolgados com os preparativos para a festa, eu só conseguia pensar em como seria bom deitar por alguns minutos antes de enfrentar a noite.

Entrei na minha suíte, fechei a porta atrás de mim e me joguei na cama. O conforto era inegável, e por um breve momento, considerei a possibilidade de fingir uma indisposição e não ir à festa. Mas sabia que isso seria irresponsável e injusto com a banda e com a Sony.

Depois de um tempo, levantei-me e comecei a me preparar. Vesti um terno preto elegante e ajeitei meu cabelo, tentando ao máximo parecer entusiasmado. Quando finalmente me senti pronto, encontrei os outros no saguão. Eles estavam deslumbrantes e claramente prontos para a noite.

– Uau, Damiano, você está ótimo – disse Victoria, dando-me um abraço.

– Obrigado, Vic. Vocês também estão incríveis.