Vinte e Quatro.

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Valentina Ferragni
Milão, Itália

O silêncio na sala de parto era quase reverente, quebrado apenas pelo som suave da respiração de Violetta. Ela estava aninhada nos meus braços, pequena e frágil, mas tão incrivelmente perfeita. Damiano estava ao meu lado, seus olhos cheios de lágrimas e um sorriso que eu nunca tinha visto antes em seu rosto. A médica olhou para nós com um sorriso caloroso, interrompendo o momento.

— Violetta está ótima — disse ela, com aquela voz reconfortante que me acalmou durante todo o trabalho de parto. — Agora é hora de tentar a primeira mamada, Valentina.

Eu assenti, sentindo uma mistura de nervosismo e excitação. A médica e a enfermeira me ajudaram a posicionar Violetta, orientando-me com paciência. Senti a boca dela se aproximar e, por um breve momento, parecia que ela não conseguiria. Mas então, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ela começou a mamar. A sensação era surreal, quase indescritível. Eu me emocionei, as lágrimas caindo sem controle.

Damiano me observava com um olhar que misturava admiração e amor. Ele segurava minha mão enquanto Violetta mamava, como se estivesse tentando transmitir sua força para mim.

— Você precisa de alguma coisa? — ele perguntou suavemente, quase como se estivesse com medo de quebrar a magia do momento.

Sorri, ainda sentindo a emoção da primeira mamada, mas uma necessidade simples e básica surgiu no fundo da minha mente. Sem pensar muito, deixei escapar:

— Pizza.

Damiano riu, e o som era como música para os meus ouvidos, aliviando o peso dos últimos dias. Ele se levantou rapidamente, já pegando o telefone.

— Se é pizza que você quer, é pizza que você vai ter — disse ele, enquanto discava o número da pizzaria. — Qual sabor?

— Marguerita — respondi, e ele acenou, rindo.

— Marguerita, está bem.

Ele fez o pedido, enquanto eu continuava observando nossa filha. Era difícil acreditar que ela estava realmente aqui, no mundo, em meus braços. Todos os meses de espera, toda a ansiedade e preocupação... nada disso parecia importar agora.

Depois que Violetta terminou de mamar, a enfermeira se aproximou para ajudar com o próximo passo.

— Agora, Damiano, é hora de você aprender como fazer a bebê arrotar — disse ela com um sorriso, entregando Violetta nos braços dele.

Eu assisti, fascinada, enquanto a enfermeira guiava Damiano pacientemente, mostrando a posição correta para segurar Violetta e como dar leves tapinhas nas costas dela. Ele parecia um pouco hesitante no começo, mas logo pegou o jeito. Seus movimentos eram cuidadosos, quase reverentes. O olhar de concentração em seu rosto era adorável, e quando Violetta finalmente soltou um pequeno arroto, os dois sorriram, como se tivessem realizado algo monumental.

— Você está indo muito bem, Damiano — eu disse, sentindo meu coração aquecer ao vê-los juntos.

— Obrigado — ele respondeu, ainda com um sorriso tímido, enquanto entregava Violetta de volta para a enfermeira.

— Agora, que tal aprender a dar o primeiro banho? — a enfermeira sugeriu.

Damiano parecia um pouco nervoso, mas assentiu, pronto para aprender. Eles levaram Violetta para a pequena banheira preparada ao lado, e a enfermeira começou a explicar cada passo, desde a temperatura da água até a maneira correta de segurar a bebê. A enfermeira a estava ao seu lado, seus olhos fixos em Damiano enquanto ele seguia cada instrução com o máximo cuidado. Era como se ele estivesse em uma missão sagrada.

Supermodel - Damiano David. Onde histórias criam vida. Descubra agora