Capítulo 1

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Acordei me sentindo estranho. Tive um sonho esquisito na noite passada. Acho que foi efeito do álcool. Eu não devia ter bebido daquele jeito.

Fui até o banheiro tomar um banho, a fim de tirar toda a bebida que caira sobre mim.

Saí do banho, vesti apenas uma boxer azul marinho e fui para a cozinha arrumar algo para comer.

Não muito disposto, enchi apenas uma tigela com cereal e depois joguei leite. Peguei o controle da TV no balcão e fui para a sala.

Levei um susto ao ver Garry jogado em meu tapete. Ele estava muito pior que eu. Revirei os olhos, pondo meu café da manhã e o controle na mesa de centro.

— Garry, acorda! — o sacudi.

Ele apenas resmungou, ainda com o rosto no chão.

— Você precisa se controlar, cara. Eu te avisei!

Peguei-o pelo braço e o levei para o banheiro. Ele fedia a álcool velho. Sentei-o no box e liguei o chuveiro gelado. Ele pulou de susto e reclamou.

— Desliga isso, cara. — gaguejou com frio.

Desliguei o chuveiro e o vi levantar rápido e correr em direção do vaso sanitário.

— Ah! Que merda, cara! — reclamei assim que o vi jogar sua cabeça lá dentro para vomitar — Você vai limpar tudo quando acabar. Chamei uma faxineira ontem.

Ele levantou o polegar, ainda com o rosto na privada.

— Tem uma escova nova no armário e eu vou separar uma roupa para você.

Fui até meu quarto e peguei uma calça de moletom cinza e uma camiseta branca. Peguei também uma toalha e deixei tudo no banheiro. Ele ainda estava vomitando.

Voltei para a sala, pegando minha tigela de cereal que havia amolecido.

— Merda. — bufei.

Joguei tudo no lixo e fiz outro. Sentei no sofá e liguei a TV, passando os canais com a péssima programação de domingo. Acabou que deixei em um canal de desenho animado. Comparando com os programas lixo dos outros canais, os desenhos salvariam pelo menos minha manhã.

Botei a tigela na pia e Garry saiu do banheiro.

— Onde ficam os produtos de limpeza?

— Na lavanderia. Acho melhor você comer alguma coisa primeiro. Você está péssimo.

— Se eu comer alguma coisa e voltar para aquele banheiro, vou pôr tudo para fora de novo.

— Que merda, cara. O que você fez com o meu banheiro? — levei a mão ao rosto.

— Me lembra de nunca mais beber daquele jeito.

Fuzilei-o com os olhos. Ele percebeu e foi buscar as coisas para limpar a sujeira.

Vinte minutos depois ele saiu do banheiro, deixando o balde com as coisas num canto e correndo para a cozinha.

— Quando acabar, vamos na sua casa para você se arrumar. Hoje é aniversário da minha mãe e eu disse que passaríamos lá. 

A Garota dos meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora