Capítulo 33

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ELIZABETH

Resolvi os problemas com a faculdade, empresa, futuramente, polícia e FBI, e com a escola de Lindsay, mas eu ainda não tinha resolvido um problema. E esse problema, chama-se Mike. Como eu iria contar tudo o que aconteceu nos últimos meses? Como eu explicaria meu sumiço? Minha cabeça latejava só de pensar na quantidade de perguntas que eu teria que responder.

Por volta das três da tarde, saí do grande prédio e direcionei-me até a cafeteria. A ansiedade invadia meu corpo e eu odiava me sentir assim.

O nervosismo aumentava a cada metro a menos de distância entre nós. Quando finalmente estacionei o carro, caminhei até a típica entrada azul clara, que eu tanto amava. Entrei no estabelecimento, que encontrava-se levemente cheio. Haviam algumas mesas vazias, mas os bancos do balcão estavam cheios.

Como não encontrei Mike, resolvi ir embora. Não queria falar com mais ninguém, além dele. Pelo menos não no primeiro dia.

Assim que acabei de fechar a porta atrás de mim, ouvi uma risada inconfundível. Era ele! Olhei para os lados, mas não o encontrei. Continuei ouvindo a risada contagiante e percebi que ela vinha da parte de trás do pequeno prédio azul.

— Mike? — perguntei, caminhando sorridente até a origem do som.

Os ruídos ficavam cada vez mais perto, conforme aproximava-me. Meu coração estava acelerado. Eu só queria poder estar em seus braços mais uma vez e sentir seu perfume doce e marcante.

— Mike, você está... — fui interrompida com a cena horrível à minha frente.

Mike beijava outra garota, que soltava risadinhas abafadas, assim como ele. Os dois estavam tão concentrados, que nem notaram minha presença.

Permaneci imóvel e incrédula, no mesmo lugar. Aquilo não podia estar acontecendo. Já podia sentir os olhos arderem, mas não valeria à pena derramar uma lágrima por ele.

— Mike? — disse, por fim, num tom sério e agudo, o que fez os dois darem um pulo de susto.

— Elizabeth? — gaguejou, arregalando os olhos.

— Olá, Mike. — sorri — Adeus, Mike. — desfiz o sorriso.

Virei-me, indo em direção ao meu carro, apressadamente. Apertei ainda mais o passo, quando ouvi gritos ao meu nome. Eu não queria ficar nem mais um minuto aqui.

Senti mãos em meu pulso, puxando-me para trás.

Por um segundo entrei em pânico, lembrando que a poucos metros dali o mesmo aconteceu e eu vivi os piores dias da minha vida.

— Me solta! — gritei.

— Nós precisamos conversar.

— Não temos nada para conversar, Mike. Eu já vi que você superou. Não se preocupe, eu também posso.

— Não, Elizabeth. — sua voz estava mais calma, mas seus olhos transpareciam desespero — Você não sabe o quanto eu sofri! A quantidade de coisas que imaginei depois que você foi embora aquele dia e não voltou mais. Não sabe o tamanho do meu desespero em saber que você havia desaparecido.

Três meses, Mike. — disse fria — Esse foi o tempo em que eu desapareci. Se uma pessoa que você diz ser importante desaparece, e você a esquece em três meses, quer dizer que ela nunca significou nada.

— Lize, por favor, não faz isso.

— Sua namorada está te esperando. Adeus, Mike.

Soltei meu pulso de sua mão e fui para meu carro, sem olhar para trás. Bati a porta com toda a minha força e dirigi de volta para casa.

A Garota dos meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora