Capítulo 32

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ELIZABETH

Já faz uma semana que estou na casa de Brad. O clima está estranho. Estou com medo de ir para casa. Não sei se aguentarei chegar lá e não ver mais minha família.

Brad está melhor. Aliás, todos estamos. Ainda fico preocupada com Lindsay, ela se isola, às vezes. Não quero que ela tenha nenhum problema futuramente. Ela encarou tudo com tanta coragem, mesmo sendo tão pequena.

Preciso resolver muitas coisas. Preciso ir para a minha casa. Preciso tomar posse de uma empresa que nunca pensei que tomaria, afinal, estava fazendo faculdade de pedagogia. Como eu administraria um escritório de advocacia?

Permaneci sentada no pequeno sofá da sacada do apartamento, vendo a grandiosa Nova York. Os ruídos da manhã agitada de sempre. Pessoas caminhando pelas ruas. Carros e ônibus passando a todo momento...

Fechei os olhos, absorvendo cada brisa gélida que batia em meu rosto, cada buzina que era tocada, cada som de pessoas caminhando nas ruas. Pausei meus pensamentos e caminhei até onde Brad estava. Precisava conversar com ele. Precisávamos explicar muitas coisas, mesmo eu não tendo vontade nenhuma disso.

Aproximei-me do sofá, sentando bem ao seu lado. Ele desviou seu olhar da TV para mim, imediatamente.

— Podemos conversar? — comecei.

— Claro. Estava querendo isso há um tempo. — sorriu, tenso.

Sorri nervosa.

— Eu estive pensando e acho que já posso voltar para casa. — havia um nó em minha garganta.

— Ah... Bom... Hm... Está bem. — coçou a nuca.

— É... — pus as mãos nos joelhos.

Não imaginei que esse momento fosse ser tão estranho. Nós passamos uma semana juntos, achei que havíamos criado uma conexão ou algo do tipo, mesmo que não conversássemos muito.

Comecei a pensar, que talvez, por causa da conexão, o momento fosse tão embaraçoso. Não queríamos nos separar. Eu não queria sair dali. Eu me sentia totalmente segura, longe de todo o perigo do mundo.

— Eu também queria conversar com você sobre uma coisa... — o nervosismo tanto em sua voz como em seu rosto, era notável. Pelo visto as coisas ficariam piores.

— Sobre o que? — ajeitei-me em meu lugar.

— Sobre o homem da cabana.

É. O assunto seria sério. Muito sério.

— O que você quer falar sobre ele? — fiquei nervosa.

— O nome dele é Michael Hown. Meu nome é Brad Hown, então ele é...

— Seu pai. — era impossível dizer aquilo sem sentir um calafrio na espinha.

— É... Eu só queria esclarecer que eu não o via desde os dez anos, quando ele foi preso. Ele não significa nada para mim, Elizabeth. Absolutamente nada.

— Onde você quer chegar com isso?

— Eu não quero que você tenha medo de mim. Eu não sou como ele. Eu nunca faria nada como ele. Sou completamente diferente dele, em todos os aspectos. — aproximou-se mais de mim.

— Eu sei. — sorri.

— O Joseph era meu tio e também meu padrinho. E...

— Irmão dele. Eu já sabia disso.

Ficamos em silêncio, fitando o chão.

— Ele matou meu pai no primeiro dia. — desabafei.

Ele levantou a cabeça rapidamente, assustado.

A Garota dos meus SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora