A Garota dos meus Sonhos

Capítulo 22

Um dia na estrada chegava ao fim.

Ficava cada vez mais ansioso. Cada hora, era um quilômetro a menos de distância de Elizabeth. Revezávamos o volante, para que todos descansassem.

— Já estamos chegando? — perguntei esfregando os olhos.

— Estamos quase lá. — Joseph disse do banco do passageiro.

Após mais algumas horas, resolvemos parar em um hotel de beira de estrada para comermos e tomamos um banho.

— Por que não ficamos um por aqui? Assim, todos dormem um pouco. — falei.

— Você quer mesmo desperdiçar algumas horas? — Joseph perguntou confuso.

— Vamos precisar de energia, Jo. Isso não vai ser fácil.

— Ele tem razão. Precisamos estar com a cabeça no lugar. — Garry concordou.

— Vou pôr meu celular para despertar daqui há duas horas. — comecei a programar o alarme.

— Tudo bem. Duas horas de descanso.

Apenas relaxamos — ou pelo menos tentamos — e descansamos.

▪️ ▪️ ▪️

Sonhei com Lize.

Ela estava linda. Era como se ela nunca tivesse sido sequestrada. Elizabeth corria, com seu vestido branco, por umas flores. Seu vestido e seu cabelo voavam, conforme o vento os batia. Ela gargalhava, alegre e eu corria atrás dela, também sorrindo.

Quando finalmente a alcancei, abracei-a por trás. Ela virou-se, e encarou meu rosto e fiz o mesmo com ela.

— Obrigada, Brad. — seu tom de voz era suave e calmo.

— Pelo que? — franzi o cenho.

— Por não desistir. — uma lágrima rolou por suas bochechas, mas seu sorriso continuava lá.

— Eu nunca faria isso. — enxuguei seu rosto, sorrindo.

Ela me abraçou e eu retribuí.

Acordei com o som do despertador. As duas horas passaram voando.

Me sentia leve e esperançoso.

Vai dar tudo certo. Vamos conseguir. Vamos salvá-la!

— Bom, gente. É isso. — disse levantando-me do chão, onde dormi.

Joseph e Garry já estavam de pé, calçando seus sapatos e vestindo seus casacos. Fiz o mesmo. Assim que já estávamos prontos, pegamos nossas mochilas e nos encaramos.

Joseph aproximou-se, segurando meus ombros, olhando fixamente em meus olhos.

— Tudo acabará em algumas horas. Não se preocupe, pois tudo vai dar certo. — seu tom de voz era acolhedor e inspirador.

Nos entreolhamos e eu me sentia estranho. Não sei explicar, ao certo como e nem por quê. Tudo estava estranho, não apenas eu. A viagem, até então, estava sendo norma e tranquila. Talvez eu ainda não tivesse me acostumado com a ideia de Joseph estar participando disso também ou apenas me sentisse culpado por fazer pessoas arriscarem suas vidas em algo que era problema meu e de mais ninguém.

Pensei na possibilidade de sermos, de fato, uma equipe. Uma ótima equipe, na verdade. Mas muita coisa ainda podia e iria acontecer e eu precisava me preparar para tudo. Não podia arriscar o que já tínhamos conseguido. Não era hora de deixar os sentimentos e emoções dominarem e estragarem o plano. Eu precisava ser racional e era isso que eu faria.

— Todos prontos? — perguntei, vendo-os concordar — Então de volta à estrada.