O que aconteceu com Francesca Vacciano - Parte 2

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---Sem músicas nesse capítulo---


----------BOA LEITURA----------


O sol já se despedia no horizonte com seus últimos raios de luz e o calor deixado por ele enfraquecia, ficando apenas uma brisa fresca.

Devido isso, a enfermeira Christine Porter, veterana do Hospital Memorial de Frederick, fechava as janelas do quarto número 33; para garantir um ambiente bem aquecido para a paciente deitada no leito perto da janela.

O quarto possuía uma paleta de cores muito aconchegante. Variava de café, umber queimado, creme à camurça. As poltronas escuras propagavam conforto e calor; o piso vinílico imitando madeira eram sofisticados e lustrosos; transmitiam a familiaridade de um ambiente caseiro. E as cortinas claras, iluminadas pelos fracos raios solares, irradiavam esperança de recuperação e dias melhores.

As cortinas do leito da única paciente do quarto se encontravam puxadas apenas do lado esquerdo. Sua cama estava cercada por duas crianças, um menino e uma menina, que olhavam vez ou outra para ela e conversavam bem baixinho sobre super-heróis. A mãe do menino, prima de Frances - e a mais velha da terceira geração da família -, Giulia Nolan, conversava com sua tia Antonella Madden, mãe da menina, e com seu tio Benito Vacciano, pai de Francesca.

Os três debatiam sobre o ocorrido da noite passada e sobre a perigosa situação emocional em que se encontrava a moça.

-Tio, ela não pode mais voltar a ficar sozinha naquele apartamento. - dizia a prima - só alguns anos mais velha que Frances - a preocupação destacava-se em seu tom de voz.

-É, ela precisa voltar pra sua casa, Beni.- a tia Antonella concordava, com sua voz doce e suave.

-Imagina só, ela faz isso novamente!? - Giulia olhava do tio para a tia e da tia para a prima deitada, mortificada pela sua aparência frágil.

-Eu não acho que ela faria novamente, mas só de pensar... que horror! - Antonella cobria as bocas em choque, apenas pelo pensamento de tal ideia.

-Eu sei, eu sei... eu a farei voltar pra casa. - Benito se manifestou, suspirando. Não acreditava que estava passando por tudo aquilo novamente. Mas dessa vez era muito pior.

-Ela está estabilizada agora né? - sua sobrinha perguntou, mirando-o com solidariedade.

Ela era uma menina... ou melhor, uma mulher... muito madura e ele tinha muito orgulho de quem ela havia se tornado. Filha de seu irmão mais velho e a primeira sobrinha da família, a primeira filha de Stefano. Tinha o mesmo senso de responsabilidade e maturidade do pai. E a seriedade da avó. Porém, ainda bem, não o mesmo estresse. Era também uma excelente mãe, o que fazia seu instinto protetor ser bem aguçado.

-Sim, está - tentava tranquilizar a si mesmo.

-Eles tiveram que dar Epinefrina? - Antonella perguntou, já que entendia algumas coisas da área da saúde. Seu marido, Edward Madden, era cardiologista e, também, gerente do hospital em que se encontravam.

-Sim, ela despertou na hora, mas não se manteve acordada por muito tempo. Os paramédicos disseram que a adrenalina funciona como um impulso, pro coração bombardear mais sangue pelo corpo, suprindo a necessidade de circulação. Mas... como não tinha muito sangue, não funcionou como deveria. Não totalmente.

-Pelo menos isso trouxe ela de volta. - sua irmã disse, mais otimista.

Enquanto a conversa desenrolava, Francesca recobrava lentamente a consciência.

A primeira coisa de que se deu conta, foi de que estava viva e... com dor. Sentia seus braços latejarem e uma fraqueza no corpo. Seu coração começou a bater mais rapidamente, talvez pela baixa pressão ou talvez por gastar muita força por ajudar a despertar o restante do corpo. Sua boca formigava e ela sentia muita dor de cabeça. E, por conta de tudo isso, manteve os olhos fechados.

Paixão InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora