Paixão Invernal

Na estrada com novos amigos - Parte 2

Sem pensar muito, diante do policiamento na estrada, e nem mesmo ligando que Logan estivesse ouvindo - inventariam uma desculpa para a situação depois -, Francesca falou:

-Desacelera e troca comigo, agora! - Ela foi já enfiando as pernas no lado dele.

Sem reação, Bucky apenas obedeceu, enquanto reduzia a marcha e fazia uma manobra para passar para o banco do carona ao mesmo tempo que Frances passava para o do motorista por cima dele.

-O que vocês estão fazendo? Por que estão trocando? - O garoto estava definitivamente confuso.

Após a troca, com o carro em velocidade de segunda marcha, quase chegando na blitz, a moça falou, com certa urgência:

-Agora você deita o banco, cobre a cara e finge que tá dormindo. Nós iremos falar bem baixinho com a polícia, para dar mais credibilidade ao seu sono.

-Hãã... Ok. - Logan concordou com Frances, enquanto Bucky se arrumava para ficar em posição de sono profundo.

O policial mais a frente sinalizou para ela parar e se aproximou de sua janela, quando o veículo já estava totalmente parado, com o pisca alerta ligado.

A moça abriu o vidro, deixando a friagem entrar e, já com eficiência, entregou seus documentos para o policial. Era um rapaz jovem de rosto redondo, que usava grossas roupas de frio e chapéu, juntamente com um óculos enorme, que lhe dava um aspecto nerd e inseguro.

-Boa noite senhora!

-Boa noite, seu policial! - Falou, no tom baixo que havia combinado com os rapazes, com um sorriso charmoso.

Logan também abaixara seu vidro, no banco atrás dela, para cumprimentar o policial e levantar menos suspeitas - suspeitas do quê, ele não sabia ao certo, mas lhe pareceu adequado mostrar que não havia nada a se esconder ali naquele carro, pelo menos não no banco de trás.

-De onde estão vindo? - O oficial perguntou à ela.

-Da casa dos meus primos, em Viburnum - Ela apontou para Logan no banco de trás e Bucky ao seu lado. - Estamos indo passar uns dias em Kansas City.

O guarda deu uma espiada em Bucky ''dormindo'' ao seu lado, mas não deu muita atenção para ele. O policial parecia um homem simpático e tranquilo. Apenas queria realizar o seu trabalho com eficiência.

-Bom, senhores, essa estrada está barrada, teve um deslizamento de neve da colina mais adiante - Ele apontava para a sombra escura que era um morro alguns metros mais à frente, enquanto devolvia os documentos de Frances. - O único caminhão de limpeza de Camdenton está limpando outra estrada agora, vai demorar algumas horas para chegar aqui. Eu recomendo vocês retornarem e irem por Greenview.

Essa informação desanimou o grupo, pois significava mais horas na estrada do interior até Kansas City. Eles já estavam ficando cansados. O que dava-lhes forças para não enjoarem daquela estrada e não se entediarem - além da companhia uns dos outros -, era a expectativa de chegarem na grande cidade ainda naquele dia.

Sem demonstrar seu abalo, a moça pegou o mapa e, manipulando o ego masculino do policial, pediu ao mesmo para mostrar a ela como pegar esse caminho, fingindo-se de desorientada.

-Aqui, você vai subir pelo norte. É o único caminho! Quer dizer... Tem uma balsa aqui perto do Resort Niangua - ele ia apontando no mapa -, mas a estrada até lá é muito ruim, não ficaria surpreso se estiver debilitada também. Fora que a balsa deve estar fechada pelo mau tempo. Eu não recomendo - Explicava, com bastante firmeza, se sentindo muito útil.

Vendo que não havia outra opção além de retornar, Francesca aceitou com humildade seu conselho. Assim, se despediram e ela fez o retorno para a ponte do Lago Ozark.