---Sem músicas nesse capítulo---
----------BOA LEITURA----------
O dia.
O Soldado acordou de madrugada, num pulo, com um barulho abrupto. Ele se postou em posição de defesa, em pé, em frente a poltrona velha e desgastada onde cochilava. Olhou para os lados, procurando o que o acordou. Não havia mais ninguém ali. Não estava sendo atacado.
Então um bater de asas lhe informou o que havia despertado-o. Pombos.
A claraboia no topo do galpão estava entreaberta. Isso justificava a sujeira excessiva do lugar.
Ele, ainda com o corpo tenso e em alerta, levou a mão humana às costas, procurando pelo ferimento em aberto.
Dormindo ele não sentiu, mas estava doendo mais agora do que antes de apagar em sua descomunal exaustão. Precisava tirar aquela bala dali, mas mal conseguia tocar nela. Estava um pouco funda, no topo da costa; o buraco era pequeno e ele não tinha jeito para tirá-la com as mãos.
Desistiu, suspirou e deu uma rodeada nas bancadas do galpão, fazendo uma breve inspeção. Mas não havia nenhuma ferramenta que pudesse ajudá-lo a removê-la. Só haviam ferramentas grandes ali.
A verdade é que acreditava que não conseguiria, nem com o instrumento cirúrgico certo para essa operação, fazer isso sozinho.
Por ora teria que suportar a dor e seguir em frente com o projétil alojado em seu corpo.
Ao virar-se de volta para a poltrona, vislumbrou a mancha de sangue deixada no encosto do móvel. Ainda estava sangrando e isso devia estar deixando-o fraco.
Sabia que havia dormido bastante, mas não tinha certeza do quanto. Ele ainda se sentia desgastado e, se tivesse um segundo confronto com a Hydra, possivelmente não conseguiria resistir.
E tudo por conta daquela maldita bala impedindo o seu metabolismo de trabalhar e fazendo-o perder sangue.
Decidiu que pelo menos tentaria estancar o ferimento. Mas, como não havia nada útil naquele local, precisava ir além e encontrar em outro lugar.
Saiu do galpão e do terreno dele.
A rua continuava deserta e pela posição da lua estimou que era entre 1:00 à 3:00 da madrugada. As casas mais adiante que vira acesas mais cedo, estavam agora em escuridão total - com exceção de uma ou duas com a luz externa ligada.
Ele seguiu na direção das casas, olhando o tempo todo para todas as direções. Sabendo que estava sozinho àquela hora na rua, andou como um fantasma em direção à casa mais próxima.
Tudo quieto, tudo escuro.
Se aproximou mais da residência e, verificando novamente na região se não havia possibilidade de estar sendo visto, pulou a cerca de madeira escura da casa.
Aquele bairro era, explicitamente visível, uma periferia. Então as pessoas ali tinham condições medianas, para baixas, de qualidade de vida. Com certeza, não sendo realidade da maioria ali ter máquinas modernas, deveriam ter varais com roupas nesse quintal que invadia.
O Soldado caminhou para os fundos. Por sorte não havia nenhum cão de guarda que pudesse alertar sua entrada ilícita. E, por mais sorte ainda, havia um varal com algumas roupas masculinas estendidas.
Procurou uma calça, uma camisa e um casaco. Seus sapatos não chamavam tanta atenção quanto o restante de suas vestimentas, então não precisou se preocupar em trocá-los.
Ele teria que se misturar em breve entre as pessoas, não podia chamar nenhum pouco de atenção.
Aproveitou e afanou um par de luvas que também estavam estendidas ali. As peças estavam geladas, mas não úmidas.
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Paixão Invernal
RomanceA mais bem sucedida arma humana criada pela ciência e uma mera mortal, filha de uma recém-falecida médica da Hydra. Ambos se juntam em uma jornada perigosa pelos EUA. Nessa longa e imprevisível viagem, devem aprender a aturar suas diferenças e a con...