-Eu perguntei que porra você tá fazendo no meu quarto, Martin???
Francesca não podia acreditar que havia esquecido de trancar a maldita porta. Também não podia acreditar que o rapaz entrara em SEU quarto sem permissão, sem nem mesmo bater.
Por isso a raiva lhe subiu à cabeça mais uma vez naquela noite por causa dele.
E, no silêncio e nas sombras, James apenas observava a cena através das ripas da porta do closet.
-Ei, relaxa Frances. - Martin foi adentrando mais, as mãos erguidas pedindo calma. - Eu só vim ver se tá tudo bem, você tava agindo meio estr...
Mas foi interrompido.
-Saia agora do meu quarto, Martin!! - disparou, ainda com o coração a mil por quase ter sido flagrada com o homem no quarto - Você não podia ter entrado assim!!
Não, ele não podia. E ela sinceramente não tinha ideia do que faria ou diria se ele tivesse pego o homem ali. Ela não chegara junto com ninguém, então como explicaria o óbvio? Que ele já estava lá, trancado e quietinho o dia inteiro no sótão.
-Foi mal, calma ae!! - ele começou, mas mais sério do que a última vez que pedira para ela se acalmar por algo que fez - Você tava falando com alguém? - perguntou, curioso e preocupado, apontando para seu aparelho celular em mãos.
—
Martin tinha certeza de que ouvira a voz da moça em ritmo de debate. E nada tirava de sua cabeça - principalmente pelo comportamento dela de quem havia sido pega no flagra - que ela podia estar falando com algum cara. Ainda não esquecera aquele boné misterioso tamanho masculino em seu carro.
E, talvez, esse medo de ela ter encontrado alguém interessante, fora seu gatilho para tomar outra iniciativa. Ele sentia que precisava ser sincero com ela novamente e tirar todas as dúvidas que surgira em relação à última intimidade deles.
O rapaz não aceitava que não havia nenhum sentimento por ele dentro dela. Para ele havia muita química ali, muito fogo entre os dois. Acreditava fortemente que ela estava negando para si mesma o que sentia, por receio de que entrar em um relacionamento agora atrapalharia o trabalho que vinha fazendo na sua saúde mental e na sua carreira.
—
Francesca, hesitando levemente com a pergunta dele - um medo irracional de ser descoberta, mesmo que por Martin, se apossou de si -, lançou rapidamente um olhar nervosamente piscante em direção ao armário, mas logo abaixou-o, tentando disfarçar.
E no armário a preocupação do homem deu uma intensificada. Ele chegara em um ponto em que confiava em Francesca, sabia que ela não o entregaria. Mas aquele rapaz ali era um desconhecido, se ele descobrisse, poderia ser o fim de seu plano. E a Srta. Vacciano não era muito boa em mentir.
-Hã, e-eu tava numa ligaç... - ela começou a explicar, com medo de que o silêncio lhe entregasse; mas logo esse medo foi substituído pela raiva, que a lembrou de que quem lhe devia satisfação pelo o que estava fazendo era ele - Ah, isso não é da sua conta!! O que você tá fazendo aqui??
Se controlava para não gritar, mas o volume da sua voz já subia a cada frase.
Ele se explicou novamente, enquanto se preparava para iniciar a abordagem que pretendia:
-Eu já disse, ficamos preocupados! Os caras desceram - apontou para baixo e em seguida para ela -, mas eu quis ver se você tava...
E mais uma vez ela o interrompeu.
-Eu quero dizer na minh... na casa da minha família, Martin! O que você tá fazendo aqui, na casa da minha família??? O que você quer com isso??? - Lá fundo já sabia o que ele queria, mas não conseguia evitar se revoltar com essa insistência iludida novamente.
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Paixão Invernal
RomanceA mais bem sucedida arma humana criada pela ciência e uma mera mortal, filha de uma recém-falecida médica da Hydra. Ambos se juntam em uma jornada perigosa pelos EUA. Nessa longa e imprevisível viagem, devem aprender a aturar suas diferenças e a con...