Paixão Invernal

O primeiro de muitos indeterminados dias de parceria

Era cerca de 8:00am quando Steve Rogers ligou o notebook de Sam, após avistá-lo de dentro do carro se aproximando do estacionamento do museu Smithsonian.

Seu amigo vinha a passos lentos, ao lado de um velho amigo detetive, que lhe fizera o favor de o acompanhar no segundo dia que tentava persuadir o museu a fornecer as gravações das câmeras de segurança.

Desde que tiveram a suspeita de que Bucky passara por lá, se focaram totalmente nessa teoria.

Porém, após Sam ir ao museu no primeiro dia - sozinho, para não chamar a atenção para Steve -, e obter uma recusa para o fornecimento do material - provavelmente por não estar usando nenhuma identificação oficial -, Sam decidiu cobrar um favor de um velho amigo.

E lá estavam eles, já faziam quase duas horas desde que adentraram o museu.

Steve tivera tempo suficiente dentro daquele carro para pensar sobre os dias que se passaram, sua luta com Bucky, a dor que era ver seu irmão de criação ter se transformado em um... assassino. Vê-lo desmembrado, tanto fisicamente quanto psicologicamente, apertou seu coração. E principalmente saber que ele havia sido torturado durante anos. Era pior do que ter morrido.

Aquele homem bondoso, protetor e divertido, havia se tornado algo sombrio.

Todo aquele sofrimento que havia vivenciado... Dele e de centenas de pessoas que haviam perdido suas vidas ou sofrido nas mãos da Hydra, dos nazistas, na guerra... em qualquer guerra...

Tanto sofrimento só porquê alguns homens queriam se sentir maiores do que outros.

Tanto sofrimento em vão.

Mas não deveria carregar a dor do mundo nas costas sozinho. Deveria ajudar todos que pudesse, logicamente. Mas, naquele momento, precisava ser um pouco egoísta e ajudar apenas um.

Seu amigo.

—

Após iniciar o aparelho, do banco do carona - onde estava sentado -, Steve teve a certeza de que haviam obtido sucesso daquela vez, em conseguir cópias das gravações, após vislumbrar Sam apertando a mão do detetive Huang com bastante confiança e satisfação.

Logo que se aproximou e adentrou, Sam se manifestou:

-Nossa sorte tá melhorando! - Balançou um pen drive em mãos, com um sorrisão no rosto.

-Estava na hora! - Steve suspirou, aliviado e aceitou o pen drive, conectando-o logo em seguida no aparelho.

Enquanto acessava o recém conectado dispositivo hardware, Sam pegava um papel do bolso.

-Já peguei o horário que o Bucky esteve lá, só irmos direto... - ele mostrou a anotação do horário e dia que o velho amigo de Steve estivera lá.

-Vamos ver.

Steve abriu um dos arquivos de gravação do dia 11 de novembro e foi clicando na intuitiva barra de tempo.

-...Desde a hora que chegou, até a que saiu. - Sam apontou para acelerar o tempo.

Os dois analisavam o primeiro vídeo, indo e voltando diversas vezes nele. Havia um arquivo MP4 para cada câmera do museu onde ele foi captado. Estudaram cada movimento do soldado por aquele museu, em cada um dos arquivos, numa sequência de horário.

-Ele ficou um tempão ali! - Sam comentou, após trocarem para uma das câmeras na exposição do Capitão.

No vídeo, Bucky se encontrava parado em frente à sua biografia, na seção dos membros do Comando Selvagem.