---Sem músicas nesse capítulo---
----------BOA LEITURA----------
Francesca desceu a escadaria do grande salão a passos quase rápidos, tentando esvaziar um pouco do peso de seus problemas da cabeça.
Ficar pensando no que o homem havia dito não iria fazer o seu dia ser mais rápido. Pelo contrário, havia grande possibilidade de ser mais longo por conta da ansiedade de voltar para aquele sótão o mais rápido possível.
Ao chegar no sopé da escada, percorreu os olhos pela sala e encontrou seu pai a olhando curioso, lá da poltrona de couro marrom avermelhado - no canto da depressão central da sala, ao lado do sofá em L.
-Bom dia, papà! - cumprimentou-o, um pouco nervosa.
-Buongiorno, principessa! - ele respondeu, depositando uma caneca, que cheirava a café expresso de longe, na mesinha de vidro espelhado de centro. Sorriu para ela, enquanto se levantava.
-Hum, nonno e nonna já acordaram? - Frances perguntou, curiosa e hesitante.
-Sim, sim, já acordaram. Vovô está na cozinha, tomando o desjejum dele com calma e lendo o jornal. E a vovó está na estufa!
Então, antes de Francesca poder perguntar o por quê o pai ainda não estava no restaurante recebendo mercadorias de fornecedores e adiantando o almoço, ele disse primeiro:
-Agora, venha aqui, principessa! - gesticulou para ela se aproximar dele, com aquela sua expressão carinhosamente paternal.
Frances, que estava parada logo em frente a escada, com as mãos no bolso e balançando o corpo desconfortavelmente, seguiu em direção à ele, agora com as mãos fora do bolso e os braços esticados em postura direcionada à um abraço.
Seus problemas no sótão saíram de sua cabeça em um estalar de dedos, e o amor pelo seu pai preencheu o seu coração e todos os seus pensamentos se voltaram para ele ao refletir que o deixou na mão no dia anterior.
-Papà, me desculpa!! - disse enquanto ia em direção ao seu peito, os braços envolvendo ele.
Saber que o magoara e deixara ele passar por aquele dia sem ela, a magoava também. Por conta do episódio ocorrido ontem, ela havia, egoistamente, deixado para pensar em seu pai depois. E realmente não havia o que fazer, mas ainda assim, achava que fora bem egoísta.
Benito levemente surpreso, não com o abraço, mas sim com as palavras, perguntou à filha:
-Por...?
-Por não estar com você ontem! - ela disse, choramingando. Suspirou e apertou o abraço.
Ele, retribuindo o abraço, disse com graça:
-Que tolice, não tem problema! - Então, mudando o tom de voz para um tom mais preocupado e sério: - Você está bem? Mamma me contou o que houve. Você não se machucou mesmo? - Afastou um pouco para olhá-la nos olhos.
Ela parecia bem. Mas Benito nunca mais, em sua vida, deixaria de se certificar que sua filha estivesse bem, por qualquer motivo besta que fosse possível ela não estar.
-Não, não. Eu estou bem! - A moça o tranquilizou - Quer dizer... Minha cabeça tá um pouco confusa e... Desalinhada! - acrescentou, lembrando de todas as coisas que dissera para sua avó e tia. As verdades e as mentiras.
Tinha receio de se contradizer.
Enquanto ela falava, Benito a puxou para se sentar com ele no sofá, ainda abraçados.
-...Mas nada pra vocês se preocuparem - ela continuava - Eu juro que nunca mais me passou pela cabeça... Bem, você sabe! - olhou para baixo, envergonhada, deixando implícito o que queria dizer.
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Paixão Invernal
Roman d'amourA mais bem sucedida arma humana criada pela ciência e uma mera mortal, filha de uma recém-falecida médica da Hydra. Ambos se juntam em uma jornada perigosa pelos EUA. Nessa longa e imprevisível viagem, devem aprender a aturar suas diferenças e a con...