Nonna estendeu a mão para o estranho homem no quarto da neta, automaticamente, achando que o mesmo apenas a apertaria, mas se surpreendeu quando este a levou aos lábios e cumprimentou cavalheirescamente com um beijo.
Frances não sabia se ficava mais em choque por ele se apresentar com um nome na ponta da língua tão rápido - e questionar de onde ele tirara aquele nome, se era o seu nome verdadeiro -, ou por o mesmo assumir aquele tom de voz e jeito tão cortês e formal totalmente inesperado, ou por sua avó enrubescer até a raíz do cabelo com o gesto dele. Afinal, nada pegava Beatrice Vacciano de surpresa e ninguém a deixava desconcertada. Absolutamente nunca.
Mas aquele homem acabara de fazer isso!
Ainda sem palavras e corada, sua avó apenas o mirou, enquanto o mesmo se dirigia para prima Giulia ao seu lado.
-E a senhorita deve ser a prima de Francesca, senhorita...? - lembrava-se de Frances ter mencionado que sua prima estava lá embaixo, na sala.
-Sra. Giulia Nolan... - se apresentou, a moça, ainda abobada com o que presenciara.
-...Muito prazer, Sra. Nolan! - o homem manteve um contato visual firme e charmoso enquanto pegava sua mão; mão esta que fora inconscientemente e automaticamente em sua direção, também querendo ser beijada.
-Hã... muito... prazer! - Giulia se atrapalhou toda após receber o mesmo cavalheirismo, corando absurdamente.
Frances estava de cara com aquela cena. O que estava acontecendo? Que tipo de feitiço ele havia jogado nelas, que coravam e abriam a boca, atrapalhadas como se fossem duas tontas?
Indo para Martin, e sabendo que aquele olhar carrancudo se devia ao fato de estar com ciúmes e não curioso, James resolveu se divertir naquele momento e provocar o ex-amante da Srta. Vacciano, deixando na sua confiante postura e olhar que ele era um pretendente muito superior à ele. O porquê ele se importava em insinuar essa suposta e hipotética concorrência para aquele homem, ele não sabia ao certo, mas provavelmente essa vontade estava atrelada à achar que esse tal de Martin era patético demais para Francesca e que ela merecia coisa melhor.
-E o senhor deve ser...? - fingiu não ter ideia de quem ele poderia ser. Isso estava vinculado a sua tática psicológica de induzir a insegurança de que Francesca não falara nada sobre ele para James. Assim deixando, não apenas em seu olhar, mas no ar também, que ele pouco importava.
-Martin Larson! - O homem loiro e de cara fechada à sua frente estendeu a mão com firmeza e tentou apertar a de James com a mesma raiva e intensidade com que olhava para ele.
Mas James era um super soldado e aquela tentativa tola de se provar mais forte que ele acabou sendo um total fracasso, e Martin acabou mudando a expressão de raiva para choque, ao ter sua mão apertada com o dobro de força que ele intencionara apertar.
-Muito prazer! - James foi cortês, apesar de seu aperto não ter sido.
Sendo Giulia a única pessoa ali - além de Frances - ciente do que significava o olhar mortífero de Martin, a mesma olhou para sua prima, já um pouco mais recuperada de seu rubor e transmitiu uma mensagem apenas com o olhar e que para Francesca dizia alguma coisa muito parecida com: "Dio mio!! De onde veio esse homem, mulher?? Quem é esse homem??? E POR QUE ESCONDEU ELE DE MIM???"
Mas ela, ainda nervosa com a inesperada chegada de sua família como um furacão em seu quarto, não respondeu o olhar da prima e se voltou para a avó, após o homem... Que agora tinha um nome... Se postar ao seu lado, bastante perto.
-Ah, então, esse é o meu amigo James! - deu uma risada, sem graça, apontando para ele novamente.
O soldado, vendo que a moça estava insegura demais com os presentes ali para bolar uma boa mentira, decidiu assumir essa responsabilidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paixão Invernal
Roman d'amourA mais bem sucedida arma humana criada pela ciência e uma mera mortal, filha de uma recém-falecida médica da Hydra. Ambos se juntam em uma jornada perigosa pelos EUA. Nessa longa e imprevisível viagem, devem aprender a aturar suas diferenças e a con...