Paixão Invernal

A vida secreta de Violetta Vacciano

---Sem músicas nesse capítulo---


----------BOA LEITURA----------

Após deixar seu carro com Martin, Francesca seguiu para a última casa da rua sem olhar para trás. Passou em frente as casas acesas dos tios - apesar de alguns cômodos iluminados, pelo horário já não havia mais muito o que ser ouvido nelas -, enquanto mirava a janela mais alta de sua casa. Estava, como deveria estar, apagada.

Chegando no terreno da casa, Frances caminhou sorrateiramente pelo jardim até a porta da frente. A cozinha estava acesa com as cortinas parcialmente fechadas. Um pouco de iluminação também podia-se ver da grande sala.

Frances adentrou a frente da casa, a grande sala octogonal. A árvore de natal estava ligada e alguns abajures também. Não havia ninguém na sala.

Fechou sem bater e observou os cômodos ao seu redor.

A cozinha estava com luz, mas não haviam movimentos visíveis pelo vitral da porta. A sala de jantar também estava acesa. Como não tinham o hábito de deixar aquele cômodo aceso como a cozinha durante a noite, possivelmente era seu nonno fazendo seu lanchinho de três em três horas - para a glicose não ficar baixa antes de dormir.

E por último, a sala de televisão, no andar de cima, também estava com iluminação em funcionamento. A televisão estava ligada, então definitivamente havia mais alguém acordado.

A moça adentrou a cozinha, cautelosamente, torcendo para não haver ninguém ali.

E por sorte não havia.

Ela pegou mais algumas coisas para o homem comer e também água. Colocou tudo em uma sacola. Precisava depois descer o lixo gerado por ele em seu quarto, para não virar depósito.

Rumou então andar acima, já sabendo que não poderia evitar todo mundo daquela casa por muito tempo.

Na metade da escada, sua subida foi interrompida por Polpetta, a border collie da família, que desceu correndo em sua direção e jogou as patas da frente em seu colo.

-Oooiiieee cooiisa maais bobonaa!! - Frances, se inclinando, abraçou a cachorra e sussurrou com vozinha infantil para ela - Quem é a minha bobona?? Quem é a cachorra mais bobona??? A mais bobooona?? - o rosto enfiado em sua pelagem.

Apertou-a e bagunçou seu pêlo. Polpetta abanava o rabo sem parar, enquanto mantinha as patas apoiadas em Francesca e tentava lamber a orelha da moça.

-Chi c'è lì con te, Polpetta? - Ouviu seu pai perguntando à cachorra lá da sala de cima.

Frances soltou Polpetta e terminou de subir as escadas.

-Sono io, papà! - apareceu, anunciando sua presença, com a cachorra logo atrás.

Seu pai estava de pijama, deitado no sofá perto da janela e com um cobertor até o colo. Na televisão passava um filme velho que Frances já assistira inúmeras vezes na infância: Máquina Mortífera. Só não lembrava, pela cena, qual era da sequência.

—

...Os personagens de Mel Gibson e Danny Glover andavam e discutiam calorosamente rápido.

-...Não podia usar a arma. Muita gente. - Riggs.

-Mais seis dias! - Murthaugh.

-Não quero ouvir mais isso. Rianne recuperou o emprego? Conseguiu um aumento? Não ouvi "obrigado". - Riggs

O cenário era de dia e vívido.

Os dois entravam num carro.

-Acho que eu deveria ser um agente de Hollywood. O que você acha? - Riggs.