Paixão Invernal

Cantando na estrada com o virgem de troca de pneus

Frances acordou muito cedo naquele dia.

Talvez por ter cochilado de tarde no dia anterior, talvez por estar acostumada a acordar cedo normalmente ou talvez até por aquela cama ser daquele tipo em que se recupera do cansaço muito mais rápido, a moça já estava de pé às 5:20am.

Dormira um pouco mais que 8 horas, estava mais que ótimo.

Se levantou nas pontas dos pés para não acordar James... Ou melhor, ''Bucky''! Foi até o banheiro, se aliviou e lavou o rosto.

Até pensou em tomar um banho, mas queria fazer algum exercício antes. Estava há tempo demais sem se exercitar. E isso não era bom, principalmente porque daqui pra frente iria passar muito tempo sentada sem ter como se esticar.

Desceria para comer alguma coisa leve e voltaria para o quarto para fazer yoga, já que o tempo lá fora não a animava para sair correr. Sem contar que era perigoso ir para longe de Jam... Bucky... E também não conhecia a região.

Passando por ele, que via dormindo pela primeira vez desde que se conheceram, ela parou na sua frente e o mirou. Ele estava capotado. Os pés descalços - que coragem, não estava nem de meia - esticados descontraidamente para fora do sofá, a coberta cobrindo do joelho até o busto apenas, o braço de metal tombado ao lado e o humano apoiado na parte de cima da cabeça.

Ele parecia relaxado e à vontade. A moça, prendendo a respiração, se aproximou um pouco, curiosa. O braço cobria parte de seu rosto, mas a parte que dava para ver, ela começou a analisar.

Seus cílios eram médios e fartos. Sua barba estava ficando menos rala e estava começando a esconder seu lábio superior colinear, que se encontrava levemente afastado do inferior - que por sinal formavam um par muito atraente. Ele respirava suave e profundamente.

Frances já havia reparado que ele possuía traços bonitos, mas vendo-o ali, dormindo e totalmente sereno, pôde apreciar essa beleza com mais tranquilidade.

Ainda era estranho para ela, essa nova rotina. De fugir, passar o dia dentro de um carro e se hospedar em lugares remotos. Mas, mais estranhamente, percebia que com ele ficava mais fácil de aceitar essa nova realidade.

Pois James trazia essa sensação de segurança e confortabilidade para ela.

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Após apreciar aquele belo rosto amigo, ela se levantou e saiu, deixando-o descansar em paz.

Desceu para o salão tomar café da manhã e assim que chegou, se deparou com pouquíssimos hóspedes já acordados, apesar de ter visto o estacionamento bem cheinho na noite anterior.

E por lá ficou um bom tempo, comendo, interagindo com outros hóspedes e interagindo com um dos donos do hotel, filho dos patriarcas, que era um magnífico cozinheiro - Frances ficara obcecada com os anéis de ovos que ele fizera e uma fritada com linguiça. Não era todo dia que ela apreciava comida tão pesada no café da manhã.

Ficou tanto tempo por lá, sendo a pessoa sociável - e que amava fazer amizade com estranhos - que era, que apenas por volta das 7:00am voltou para o quarto. Bucky ainda dormia, agora meio carrancudo. Soltava alguns suspiros pesados, que faziam Frances crer que talvez estivesse tendo sonhos ruins. Mas a moça achou melhor não mexer com ele, então foi fazer seu exercício matinal.

O homem só foi acordar lá por umas 7:40am, mas se sentindo bem descansado. O quarto estava numa penumbra leve e suave, mas pelo vão das cortinas ele podia ver vestígios de claridade. Deduziu que pudesse ser quase 6:00am. Ele se sentou e, assim que olhou para o meio do quarto, viu Francesca no chão esticada em uma posição pra lá de estranha.