Um ataque terrorista surpreendentemente impactante

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---Sem músicas nesse capítulo---



----------BOA LEITURA----------


1 dia atrás.

É um fato conhecido ou imaginado por todos que, quem trabalha na cozinha de um restaurante, está constantemente sob pressão. Agora, poucos sequer imaginam que, quem trabalha em um restaurante com a mais alta estrela, na região mais importante da capital do país, onde quase todos os dias pessoas consideradas muito importantes e influentes - políticos, celebridades e magnatas - adentram o estabelecimento para ter uma refeição saborosa e memorável, está constantemente à beira de um colapso nervoso.

Cozinhar no Le Goût Parfait, para Francesca, era como andar de montanha russa. Numa hora você está reto em alta velocidade estabilizado nos trilhos e então, de repente, o carrinho vira de ponta cabeça e você quer começar ou começa a gritar histericamente achando que não vai sobreviver àquele momento. No fim, você termina o passeio vivo e feliz consigo mesmo.

Alguns dias pareciam mais terríveis que outros e Frances alcançava picos de nervoso que nunca antes havia alcançado. Mas a adrenalina que aquele emprego proporcionava e o orgulho de si mesma por realizar um trabalho excepcional a cada dia, também nunca haviam sido alcançados antes.

Quando trabalhava no restaurante da família, também havia estresse e correria, mas não era tão intenso como era no Le Goût. Neste estava tendo experiências e sentimentos novos, tanto positivos como negativos.

Aquele dia específico havia sido bem enervante na hora do almoço. Os cozinheiros correram e gritaram pela cozinha a manhã inteira. A ajudante geral derrubou uma pilha de talheres recém lavados, um garçom quebrou um prato sujo ao adentrar na loucura da cozinha e o chef Lemieux havia queimado a mão e só faltava soltar fogo pela boca. Uma cozinheira, que Frances não havia decorado o nome ainda - eram uma equipe de quase 20 cozinheiros -, havia chorado um pouco com o estresse que o chef causou em todos após o ocorrido.

Por fim, o almoço já estava acabando e o número de clientes havia diminuído consideravelmente. A calmaria estava voltando a reinar na cozinha do Le Goût Parfait.

Francesca cortava alho-poró rapidamente. Sua mão deficiente dificultava a execução de certas tarefas, mas haviam poucas coisas que ela não se virava para fazer. Não conseguia ralar ingredientes no geral, decorar doces com manga de confeitar, transportar panelas de duas alças e fazer rosas num tomate. Precisava da ajudante geral para realizar essas coisas, mas de resto, fazia tudo com maestria e com um resultado impecável.

Assim que terminou de cortar o alho-poró em rodelas finas perfeitas, jogou-as numa panela para refogar com o alho normal e com a pimenta cambuci. Foi até a panela onde cozinhava as batatas verificar o ponto.

-Onde está o meu caldo de legumes, Claire? - perguntou alto à ajudante geral enquanto pegava a panela de cabo comprido e jogava a água da batata na pia em sua bancada. Aquela água não serviria para o creme Vichyssoise vegano que estava preparando; precisava do caldo que era preparado especificamente para receitas como essa - quase todos os dias deixavam pronto o de legumes e o de frango, para a hora que fosse necessário usar -, onde iam especiarias como cebola roxa, cenoura, vagem, pimentão verde, coentro, entre outros.

A garota de 21 anos que fazia serviços gerais, como lavar louça, pegar material ou ingredientes e limpar o chão quando solicitado - e muitas outras coisas -, foi correndo até Francesca com um recipiente de porcelana abastecido de caldo de legumes.

Alguém no lado oposto da cozinha gritou algo para ela também.

-CLAIRE! ERVILHAS AQUI NO PISO SUDESTE.

Paixão InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora