Furacão Vacciano

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James Buchanan Barnes segurava o atlas do oeste dos Estados Unidos em mãos. Mirava para a cidade de Portland, no estado do Oregon, e a região nordeste da mesma, onde o bairro Eliot se encontrava - entre o fiozinho de água que era o Rio Willamette e a grande serpente que era o Rio Columbia. E neste bairro se encontrava o hospital onde o Dr. Nicolae trabalhava. Doutor este que era a única pessoa viva capaz de ajudá-lo a tirar o comando para matar de sua cabeça - ou pelo menos a única da qual sabia da existência.

Enquanto o homem refletia sobre sua recém descoberta e seus planos para ir até Portland, Francesca resmungava, sonolenta e estirada na cama, com as mãos apoiadas na barriga.

-Port... Portland... Portland... Tá tãão longe...- ela suspirava, cansada - Portland é do outro lado do pa... É longe pra caralho!! E eu tô com fome... - seus olhos estavam fechados enquanto falava - Você também? Uau, Portland...

Foi quando o homem disse algo que a despertou de seus devaneios assonorentados:

-Eu tenho que ir agora, Srta. Vacciano.

-Quê? - ela piscou algumas vezes e ergueu a cabeça para ele.

-Eu tenho que partir para Portland imediatamente... - começou, mas foi interrompido.

-Tipo, nesse exato momento? - a moça se sentou e se acomodou, de frente para ele, surpresa com sua declaração - Assim? Sem um plano?

-Nesse exato momento. - Ainda sentado, James concordou, olhando-a neutro - Eu já tenho um plano.

-Ok, ok, peraí, vamos com calma, você literalmente acabou de descob...

-Você mesma disse! Assim que descobríssemos, eu teria que partir! - A lembrou de suas palavras, mas com cautela, para evitar uma discussão.

-Wow, wow, calma ae, veja bem... - ela deu uma risada nervosa, após cortá-lo. Apontou o dedo para ele: - Primeiro que não é legal você ficar jogando na cara das pessoas o que elas já falaram! Segundo que não passou, olha só - ergueu o celular e mostrou para ele a tela de bloqueio com a hora -, DOIS MINUTOS! Vamos tomar café da manhã primeiro e...

Mas James estava decidido a não enrolar mais:

-Eu não estou com fome.

-Você não sabe quando vai ter uma refeição decente de novo!! - Estava começando a ficar aborrecida com a insistência dele. Claro que ela apoiava ele partir antes que a organização o encontrasse, mas ela não queria que ele fosse embora do nada daquele jeito. Era muito repentino e ela era o tipo de pessoa que precisava de um processo para se desapegar - se despedir - de algo ou alguém.

-Não estou muito preocupado com isso, Srta. Vacciano. - Se levantou, enquanto explicava: - Posso ficar dias sem comer...

Mas foi a vez dela se levantar, já alterada.

-Ah, desculpa aí, super soldado!! - Falou, com deboche e irritação.

Ele congelou com o termo usado por ela. A mirou, chocado. Mas ela não sabia...

Francesca passou a mão no rosto, buscando calma. Queria que ele entendesse o ponto de vista dela, sua preocupação.

-Mas escuta aqui... Hã, droga... Pra onde você vai agora??

Vendo o esforço da moça em não querer discutir também, ele cruzou os braços e explicou com calma:

-Eu irei pegar um ônibus para uma cidade próxima, mas longe o bastante para despistar a Hydra de você. Depois... - pensou antes de falar, não diria para ela que pretendia roubar um carro e dinheiro. - Usarei meus meios para chegar até o Oregon.

Paixão InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora