O tesouro de uma mulher é o lixo de seu porta-malas

1 0 0
                                    


O plano de James e Francesca era simples. Eles seguiriam viajando madrugada adentro até o Kansas. Claro que coisas como precisar abastecer e arrumar dinheiro atrasava um pouco esse plano.

Então lá por 00:15, em Marquad, já no Missouri - há 222 km de onde haviam parado a última vez e já completos 513 km rodados desde a última abastecida -, eles precisaram fazer uma parada em um posto para gastarem cerca de 180,50 dólares que tinham em 49 litros de combustível, o que dava para rodarem um pouquinho mais que uns 370 km. E lhes restaram míseros 14,50 dólares para apostarem e dobrarem esse dinheiro.

Mas Bucky queria parar para ganhar mais o quanto antes, então em uns 16 km mais para frente, em Cherokee Pass, acharam uma parada de caminhões e motoqueiros na grande expressa, que vinha cortando esta comunidade, desde Fredericktown, e por lá ficaram.

Então, desde 00:33am até quase às 3:00am, eles entraram em diversas partidas de diferentes jogos, mas não desembolsaram mais que 271 dólares, indo embora, portanto, pouco satisfeitos.

Frances já estava exausta do longo dia anterior e da longa madrugada, mas Bucky ainda se sentia bem desperto, mantendo-se no volante enquanto a moça dormia profundamente no banco ao lado.

E foram exatas 1 hora e 19 minutos depois que eles acabaram tendo outro problema com o carro.

-Não é possível!! - Bucky esbravejou, dando tapas no volante quando o veículo começou a falhar e morreu definitivamente em algum lugar no meio do nada.

-Hmmm... - A moça resmungou alguma coisa, ainda de olhos fechados.

Respirando fundo e se controlando para não arrebentar o painel do veículo, tamanha sua frustração, o homem ficou um minuto em silêncio, antes de chamar a moça.

-Francesca, acorda. Temos um problema com o carro.

Ela, que se encontrava virada para a janela, recostada no banco quase todo inclinado, começou a se virar, ainda agarrada à sua blusa que fazia de cobertor.

-Eu tava começando a... hmmm, chegar em... - de olhos ainda fechados e se sentando ereta no banco, ela falava coisas nada com nada - na areeeia... - Bocejou, usando toda sua força de vontade para erguer a cabeça que cambaleava - Tava tão hmm quieto, mas o cavalo... O que? - Ela começou a coçar os olhos e olhar piscando sonolentamente para James ao seu lado - Humm, o que houve com o carro?? - Olhou para os lados, confusa por estarem parados.

-Ele começou a falhar e desligou. - Ele explicou, enquanto ainda tentava ligar o veículo, que só fazia ''nhenhenhenhé''.

-Aaah, que droga! - A moça despertou totalmente com a informação.

Arrumando os cabelos bagunçados e coçando os olhos, ela olhou para James - que tentava ligar o carro -, preocupada.

-Vamos tentar descobrir o que é! - Ele falou, desistindo completamente de girar a chave, e botou a mão na maçaneta.

Mas Francesca o interrompeu.

-É bateria!

-Como você sabe?? - Perguntou, surpreso com a firmeza com que ela deu o diagnóstico do veículo.

-Eu fiz auto escola! - Ela falou com deboche, lembrando-se das aulas básicas de mecânica.

Ela também analisou o sintoma do carro e se lembrou que ainda não havia trocado a bateria do seu Jeep desde que o pegara quase 5 anos atrás. Já havia durado até mais que sua vida útil, só tivera o azar de chegar sua hora justamente agora.

-Certo. - Ele bufou e revirou os olhos. - E como conserta?? - Questionou, irritado e ansioso para resolverem logo.

Frances olhou para ele, chocada com a sua ignorância sobre o assunto, mas logo lembrou que isso não era culpa dele e então respondeu quase que com pena por destruir suas esperanças.

Paixão InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora