Um estranho inimaginavelmente perigoso no banco de trás

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---MÚSICA CITADA NO CAPÍTULO---
Duran Duran - Hungry Like The Wolf

**Dica: Se ouvir enquanto lê, a experiência fica mais legal ;D

----------BOA LEITURA----------


Francesca Vacciano havia nascido e crescido em uma cidade em que a maior parte da população era classe média para cima. Apesar de muito antiga e a segunda mais populosa do estado, Frederick era uma cidade muito organizada, bela, planejada e segura. De baixo índice de pobreza e mínimo de criminalidade, em Frederick Frances nunca jamais havia sido assaltada, visto alguma briga de bar - nem mesmo nunca perdeu sua carteira ou celular -, tampouco conhecido alguém que tivesse presenciado qualquer crime ou violência.

E, apesar de a maior parte do círculo social da sua família ser classe alta, ela havia feito amizades com algumas pessoas de área mais classe baixa da cidade e, de acordo com eles, também nunca haviam passado por situação de perigo ou susto.

Sempre pôde brincar até tarde na rua com seu irmão e primos, voltar de ônibus desacompanhada da escola ou até mesmo, quando morou sozinha no centro, chegar tarde a pé em sua rua.

Frances nunca, em toda sua vida curta e jovem, havia vivido o terror de estar a mercê de alguém socialmente agressivo e perigoso. Jamais esteve em perigo em Frederick e também nunca havia sentido medo daquela cidade.

Achou que poderia sentir essa segurança toda em Washington também...

Ao tomar consciência de que havia uma pessoa dentro do seu carro consigo, sua primeira reação, movida pelos instintos de sobrevivência mais humanos possíveis, foi frear o carro com tudo, colocar a mão esquerda deficiente e desajeitada no trinco da porta para fugir desesperada, ao mesmo tempo em que abria a boca para soltar um grito silencioso ofuscado pelo seu coração, que parecia entalado na garganta, batendo descompassadamente.

-CONTINUE DIRIGINDO! - o homem no banco de trás urrou, enquanto levava a mão esquerda rapidamente pelo vão do banco do motorista à porta, segurando a mesma para a moça não sair. A outra mão apertou a arma mais forte em seu corpo.

Francesca soltou a porta e se encolheu, enquanto sua voz tentava sair pela sua boca.

-Ahh... - começou a querer gritar.

Havia uma pessoa dentro de seu carro, não podia ser real!

-Não grite! - essa pessoa ordenou. Sua voz era firme, fria e agressiva. Acrescentou: - continue dirigindo!

Atrapalhadamente a moça voltou a acelerar e controlar o volante do veículo.

-Ah, ah, ah... ah... meu d-de-deus! - choramingou. Seu coração parecia que iria explodir no peito.

Havia... uma... pessoa... dentro... de seu carro!

Aquilo era terrivelmente assustador. Ela virou a cabeça tensamente e lentamente para a parte de trás do carro. Quem era esse homem? O que ele queria?

-Olhe pra estrada! - ele cutucou sua cintura com a arma, lembrando-a de que ele estava no controle - não que ela pudesse esquecer.

-Mi-m-minha no-nossa... por favor...na-não... - choramingou novamente.

Céus, e agora? O que faria?? Como sairia daquela situação??

A tempestade prometida pelo céu mais cedo já estava começando a cair. Os carros dirigiam muito afastados uns dos outros, por segurança. E aparentemente, devido as ruas do bairro serem largas o suficiente, nenhum outro veículo se incomodou ou se preocupou com sua parada brusca de segundos atrás e seu retorno breve ao fluxo.

Paixão InvernalOnde histórias criam vida. Descubra agora