capítulo 23

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A lua jamais poderia te contarquantas vezes a solidão ouviu meu coração sussurrar seu nome,porque, na verdade, eu não falo,mas minha mente tece pensamentos de dor e saudadecomo um fio frágil, prestes a se romper a cada lembrança que me visita

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A lua jamais poderia te contar
quantas vezes a solidão ouviu meu coração sussurrar seu nome,
porque, na verdade, eu não falo,
mas minha mente tece pensamentos de dor e saudade
como um fio frágil, prestes a se romper a cada lembrança que me visita.

Escrevo versos tristes sobre você,
mas prefiro calar,
esconder meu coração em um silêncio profundo e gelado,
como se ignorar seu nome fosse me libertar.

Vejo você seguindo sua vida, brilhando como uma estrela distante,
intocável, inalcançável, enquanto permaneço presa a esse amor não vivido.

Eu, que sempre gostei de transformar sentimentos em palavras dançantes,
agora estou aprisionada em um labirinto de silêncios,
onde cada verso não escrito se transforma em uma pedra que pesa em meu peito.

Este amor, que é ao mesmo tempo fascínio e destruição,
arde em mim como uma chama que não traz luz, apenas consome.

É estranho amar algo que se dissolve na ausência,
algo que transforma meus dias em uma mistura de saudade e desespero.
Cada suspiro é uma ferida aberta,
uma lembrança do que nunca tivemos.

Às vezes me pergunto se um dia você perceberá a sombra de tudo que guardei,
se notará que os sorrisos que lhe dirigi escondiam lágrimas,
e que tudo o que nunca te disse em voz alta grita nos meus olhos —
olhos que aguardaram, em vão, um único olhar seu.

E assim sigo, carregando esse silêncio ensurdecedor,
onde cada dia se torna uma luta contra a solidão que me abraça,
um amor que escapa pelas entrelinhas do cotidiano,
uma dor que se entranha no meu ser como parte de mim.
Sou um eco do que poderia ter sido,
um reflexo distorcido de uma felicidade que nunca vivi.

Há noites em que, sob o brilho da lua, me pergunto se você sente minha ausência,
se no vazio do silêncio algum pensamento de mim já te invadiu.
Mas logo o dia nasce, e tudo se torna apenas mais uma página em branco,
um capítulo não escrito, um sonho que desvanece com a luz.

O peso desse amor é como carregar um céu inteiro dentro do peito,
estrelas que caem como lágrimas, uma após a outra,
até que só reste a escuridão, densa e sufocante.
Eu me afogo nela todas as noites, em silêncio,
sufocada por palavras que nunca foram ditas,
por abraços que nunca foram dados,
por beijos que só existiram em pensamentos fugazes.

Será que você sente o eco do meu amor em algum canto do seu coração?
Será que, por um segundo, você percebe a intensidade do que guardo aqui dentro?
Eu me pergunto se, entre todas as vozes que preenchem seus dias,
a minha já foi uma que você desejou ouvir novamente.

O vazio que você deixou não é um espaço oco, mas um universo inteiro,
onde cada estrela é um "e se",
cada galáxia é um "talvez",
e cada buraco negro é um silêncio carregado de tudo que nunca tivemos coragem de dizer.

Às vezes, a vontade de correr até você, de gritar tudo que sufoca meu peito,
de finalmente libertar essa dor aprisionada, me consome.
Mas logo lembro que o medo é mais forte,
o medo de te perder ainda mais, de te afastar com o peso desse amor.

Então, permaneço aqui, sob o olhar complacente da lua,
deixando que ela seja testemunha do que carrego no peito,
e permitindo que o vento leve, pouco a pouco, as palavras que nunca direi.

Porque, no fim, amar você é como segurar uma chama nas mãos:
por mais que ela queime, por mais que doa,
não consigo soltá-la, pois, mesmo na dor, ela ainda ilumina um pouco do meu mundo escuro.

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