capítulo 27

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Em meio a um mar de rostos, você sempre foi a única luz que iluminava meu caminho

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Em meio a um mar de rostos, você sempre foi a única luz que iluminava meu caminho. Lembro-me de cada risada compartilhada, do som do seu riso, que era a melodia que me dava paz, das conversas em que as palavras não eram necessárias, pois nossos olhares diziam mais do que qualquer frase poderia expressar.

Cada momento ao seu lado era como uma dança silenciosa, um entendimento profundo e mudo que nos unia. Mas o destino, cruel e caprichoso, decidiu que nossas trilhas não se cruzariam como eu desejava, e assim nos afastamos, como dois barcos que se perdem em mares opostos.

Enquanto o tempo avança, sinto a ausência de sua presença como um eco distante, um sussurro vazio que reverbera em cada canto do meu ser.

É como se você fosse uma estrela que se apagou no meu céu, deixando um vazio imenso, um abismo de escuridão que nada mais parece conseguir preencher.

Olho para os outros ao meu redor, tentando encontrar em seus sorrisos um reflexo do que fomos, um fragmento do que compartilhamos.

Mas nada, absolutamente nada, se compara à intensidade do seu olhar, ao calor da sua mão entrelaçada na minha, à confiança mútua que existia sem palavras, só com gestos.

A banalidade das interações cotidianas só acentua a falta que você faz, como uma sombra interminável que se estende e cobre todo o meu mundo, tornando-o sem vida.

Queria que fosse você a quem eu pudesse contar meus segredos, com quem eu pudesse compartilhar meus medos e sonhos, aqueles mais profundos, os que jamais revelaria a outra pessoa.

Mas você se foi, e agora, cada nova conexão que surge parece um reflexo apagado do que poderia ter sido. É como se tudo fosse uma pálida imitação da profundidade do nosso vínculo, como um livro que foi lido e cujas páginas se perderam no vento.

As palavras, essas que antes fluíam como água cristalina, agora ficam presas na garganta, sufocadas pela saudade do seu jeito único de me entender, do conforto que eu sentia em sua presença, sem precisar de explicações.

Às vezes, me pego sonhando acordada, viajando para um lugar onde ainda estamos juntos.

Imagino o que diríamos, como nos olharíamos, quais palavras sussurraríamos para preencher os silêncios. Mas logo esses pensamentos se dissipam, como fumaça ao vento, deixando apenas um vazio profundo, um abismo dentro de mim, e uma dor silenciosa que pesa como uma névoa densa sobre meu coração.

A vida avança sem piedade, sem pausas, mas meu coração ainda se recusa a seguir em frente. Ele ainda anseia por você, como uma flor murcha que ainda busca a luz que perdeu, ainda esperando que a primavera volte, mas sem saber se ela virá.

Queria que fosse você ao meu lado em cada passo dessa jornada incerta, nos dias em que o sol não brilha tão forte, e nas noites em que o silêncio pesa demais. Em cada amanhecer solitário e em cada entardecer melancólico, sua falta pesa sobre mim como uma âncora, puxando-me para um abismo de lembranças que não posso esquecer.

Sua ausência é uma ferida aberta, que nem o tempo consegue curar. E assim sigo, carregando essa esperança amarga: que um dia, o destino, com sua ironia, possa nos unir novamente. Mas até lá, restam apenas as memórias de um amor que poderia ter sido — um amor perdido nas brumas do tempo, que ainda me persegue como um fantasma, me lembrando do que fomos e do que jamais seremos.

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