Eu deixei de te amar.
Talvez tenha sido no instante em que você se afastou de mim, como se um fio invisível se rompesse entre nós, deixando um vazio gélido onde antes havia calor.
A tristeza me envolveu como um manto pesado, gelado, e a cada respiração parecia que me afundava ainda mais.
Os versos que outrora dançavam livremente em minha mente agora são apenas ecos vazios, ressoando em um silêncio angustiante, como um grito perdido na escuridão.
Os poemas, que antes floresciam com a intensidade do nosso amor, murcharam após a sua partida, como pétalas frágeis que caem ao chão, desvanecendo-se, perdendo toda a cor, a vida e a beleza que tinham.
Cada palavra que tento escrever agora parece uma sombra distorcida do que poderia ter sido, um lamento melancólico que se esconde entre as letras, como se a dor estivesse impregnada até no papel.
Meus sentimentos, antes tão vibrantes e vivos, agora estão aprisionados em meu peito, como se uma prisão invisível os sufocasse.
Cada batida do meu coração é uma tortura, cada suspiro, um eco de uma dor insuportável que se arrasta, implacável, como um lamento que não encontra fim. O peso da ausência de você é uma âncora que me puxa para as profundezas de um mar de solidão, onde a tristeza é a única companhia.
A tristeza, como uma sombra, não me abandona. Ela é constante, opressora, e se infiltra em todos os cantos do meu ser, fazendo com que lágrimas silenciosas escorreguem pelo meu rosto — mais vezes do que eu gostaria de admitir.
Elas caem sem parar, como folhas secas no outono, marcando o tempo perdido, a esperança esquecida, o futuro que nunca veremos.
Meus pensamentos giram incessantemente em torno de você. Você, apenas você, ainda é a única presença que habita minha mente e meu coração — um fantasma do que fomos.
Sinto-me presa em uma batalha constante entre o que éramos e o que poderia ter sido. Entre as promessas sussurradas na penumbra, os gestos carinhosos que nunca mais se repetiram, e os sonhos desfeitos pela cruel realidade.
O que restou foi um vazio, uma ferida aberta que não cicatriza, mas que sangra lentamente.
E neste turbilhão de lembranças, sinto a falta de tudo o que fomos — das risadas compartilhadas, das conversas profundas, dos olhares cúmplices, da leveza de estar ao seu lado, como se o mundo pudesse desaparecer e só nós dois importássemos.
Agora, tudo isso é apenas um eco distante, uma melodia triste tocada por mãos trêmulas em um piano desafinado, como uma canção que já não sabe mais cantar a esperança.
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03/03/2021
16/08/2024
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sussurros do coração
PoesíaPara todos os meus amores falidos Eu vos dedico esses versos