capítulo 19

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O vazio voltou,um visitante traiçoeiro que nunca realmente se despediu

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O vazio voltou,
um visitante traiçoeiro que nunca realmente se despediu.
Talvez o monstro tenha retornado,
mais forte, mais astuto, sussurrando sombras em minha mente.
Seus olhos, frios e implacáveis, me aterrorizam,
um abismo profundo que reflete meu próprio desespero e solidão.

Vago pelo quarto, como um espectro de mim mesmo,
me perdendo em mil pensamentos que me consomem.
E então ela vem de novo, a dor,
densa e sufocante, cobrindo tudo como um manto de trevas.
Ela me empurra, com toda sua força,
de volta para a escuridão do meu próprio mundo,
e sinto minhas forças escaparem de mim,
como areia escorrendo entre os dedos.

Um turbilhão de emoções explode dentro de mim,
uma tempestade que desaba, e eu me desmancho em um choro furioso, desesperado.
Agarrando-me aos últimos resquícios de lucidez, tento não me perder por completo.
Me arrasto até a cama, mas a esperança parece apenas um eco distante.
Fecho os olhos, tentando escapar, mas ela retorna, sufocante,
e adormeço com o medo paralisante de não acordar.

A noite se arrasta como um pesadelo sem fim,
uma prisão sem grades onde sou refém dos meus próprios pensamentos distorcidos.
O silêncio, que um dia foi meu abrigo, agora é um grito ensurdecedor,
amplificando cada medo secreto, cada insegurança que enterrei tão fundo.

Procuro consolo nas pequenas coisas, mas elas se desfazem como miragens,
distantes e inalcançáveis, flutuando na tempestade que me envolve.
Cada respiração se torna uma batalha contra o pânico crescente,
mas ainda há, lá no fundo, uma faísca de esperança que luta para brilhar.

A cada amanhecer, surge a promessa de uma nova luta,
uma chance frágil e dolorosa de enfrentar os demônios que habitam em mim.
E sigo em frente, um dia após o outro, entre lágrimas e sussurros abafados,
na esperança, ainda que tênue, de que um dia o vazio se dissipe,
como a névoa que se desfaz sob o primeiro toque da luz.

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