A Aposta - Narol

Ressaca

Oi pessoal!!

Voltei com mais uma fic Narol, essa bem mais despretensiosa que a última.

Decidi tentar escrever algo divertido como também mais leve.

Espero que curtam.

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Carol

A primeira coisa que sinto ao tomar consciência é de que minha boca tem gosto de bile e meu estômago está se contorcendo de tanto enjôo. Abrir os olhos é um desafio já que minhas pálpebras pesam imensamente e parece que tem areia nos meus olhos. Ao tomar coragem e fazê-lo parece que vou ficar cega por conta da luz nada amistosa e minhas pupilas sensíveis. O teto roda um par de vezes quando minha visão se estabiliza e eu me recordo que não estou em casa.

Eu e minhas amigas havíamos viajado a Las Vegas para minha despedida de solteira, mas logo percebi que além da ressaca que eu estava enfrentando, algo parecia errado. Muito errado.

Aquele teto não era o teto do Hotel que eu havia me hospedado. Parecia um local muito, mas muito mais barato.

Tomo coragem para me espreguiçar e meu corpo gela ao me tocar que ao fazê-lo encosto em algo, ou melhor… alguém.

Eu não tenho coragem de olhar porque sei que meu noivo está do outro lado do continente, no Rio de Janeiro. Meu Deus, eu havia traído Ulisses com um estranho? 

Não… Claro que não, Carol! Deixa de ser boba, provavelmente é uma das suas amigas que acabou caindo na cama com você de tão bêbada e dormiu, só isso. 

A pessoa se mexeu mais uma vez, agora reclamando um pouco, e eu finalmente me tranquilizei me virando e dando de cara com minha melhor amiga.

Uffa, era só a Nat dormindo que nem uma pedra.

— Hmm.. — reclamou ela — Meu Deus, que dor de cabeça!

— Eu também, acho que bebemos demais — a tranquilizei levando minha mão esquerda a seus cabelos a fim de tirá-los de seu rosto enquanto ela tomava consciência.

Me perdi um pouco ali, nas sardas de seu nariz e o vinco que ela fazia na testa indicando seu desconforto. Continuei mexendo em seus cabelos, quase fazendo um cafuné enquanto seus olhos castanhos se despertavam mais e me olhavam. Ela tinha cheiro de shampoo de baunilha e bebida alcoólica.

Foi aí que eu percebi algo errado, cessando com o cafuné e olhando para a minha mão, assustada.

— Que foi? — ela perguntou sem entender.

No meu dedo anelar, onde ontem eu usava o anel de noivado que Ulisses havia me dado, brilhava uma aliança dourada da qual eu não reconheci. 

— Que foi, Carol?

Ela repetiu, pegando a minha mão com as suas duas afim de ver o que me assustava tanto. E foi aí que meu corpo inteiro gelou e um frio subiu pela minha espinha porque na mão esquerda dela também havia uma aliança dourada no anelar.

Soltei um grito quase dando um pulo da cama, como um gato arisco, quando olhei melhor para o resto de seu corpo. Ela estava completamente nua e assim que me levantei percebi que eu também.

Natália também começou a gritar, não porque ela havia reparado nesses pequenos detalhes, mas porque eu a havia assustado com o meu berro. Mas não demorou muito para que a adrenalina tomasse seu corpo por completo e espantasse qualquer resquício de sono e ela finalmente percebesse o motivo do meu pavor, gritando mais ainda e agarrando os travesseiros a fim de cobrir seu corpo despido.