CAPÍTULO 38

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JIMIN

Assim que entrei no quarto, fechei a porta e me encostei contra ela, soltando um longo suspiro que parecia carregar todo o peso da noite. Passei a mão pelos cabelos, tentando organizar meus pensamentos, mas era inútil. Meu coração ainda batia rápido.

A confusão girava na minha mente como um furacão, impossível de ser contida. Eu podia sentir meu peito apertar, como se algo dentro de mim estivesse tentando encontrar sentido no caos, mas só conseguia pensar no que tinha acabado de acontecer. Cada detalhe daquele momento insistia em voltar, trazendo à tona sentimentos que eu não sabia como lidar.

Eu não conseguia tirar aquele momento da cabeça. A forma como ele estava tão perto, o calor de sua respiração misturada com a minha, e o jeito como seus olhos se fixaram nos meus — intensos, quase hesitantes, mas tão sinceros.

As palavras dele, "Apenas me chame de Jungkook", carregavam algo que ia além de um simples pedido. Havia um peso ali, uma profundidade que eu não conseguia ignorar.

Meus dedos ainda formigavam onde ele os tocou, um toque rápido, mas que parecia ter deixado marcas. Minha mente, insistente, repetia aquela cena em um loop interminável, cada detalhe gravado como uma lembrança que eu não conseguia — ou talvez nem quisesse — apagar. Era como se algo tivesse mudado, mas eu ainda não sabia exatamente o que.

— Que droga, Jimin... — murmurei, quase como um desabafo, enquanto esfregava o rosto com as mãos. O gesto era automático, uma tentativa inútil de apagar a sensação de estar à beira de algo que eu não deveria sequer considerar.

Era frustrante. Não fazia sentido sentir tudo isso, deixar que um momento tão breve mexesse tanto comigo. Mas, por mais que eu tentasse racionalizar, não conseguia afastar o peso daquela proximidade, do jeito que ele olhou para mim, do que aquilo significava — ou talvez do que eu queria que significasse.

Não era para ser assim. Não podia ser assim. Jungkook era meu chefe, e a relação que tínhamos deveria ser estritamente profissional, certo? Era isso que fazia sentido, o que deveria me manter no controle. Mas a maneira como ele falou comigo, carregava um tom que não parecia nada profissional.

E o jeito que ele me olhou... intenso, cheio de algo que eu não conseguia nomear. Aquilo não era só uma troca de olhares. Era mais. E, por mais que eu tentasse negar, por mais que tentasse me agarrar à lógica, havia algo em mim — uma parte teimosa, silenciosa — que não queria que fosse apenas profissional. Algo que queria mais.

Passei a mão pelos cabelos, enquanto andava de um lado para o outro no quarto. Minhas tentativas de organizar os pensamentos eram inúteis. Era como se tudo o que eu sabia, tudo o que tinha planejado para manter minha segurança emocional intacta, estivesse desmoronando lentamente desde que entrei na vida deles.

Desde que conheci Jungkook, as coisas nunca mais foram as mesmas. Ele tinha uma forma de bagunçar tudo, sem nem perceber. Não era só a intensidade dele como pai ou o peso de suas responsabilidades — era ele, Jungkook. O jeito como me olhava, como falava, como fazia com que cada interação parecesse significativa de um jeito que eu não estava preparado para lidar.

Minjun. Eu precisava focar nele. Era por ele que eu estava aqui. Tudo que eu fazia, cada decisão, era por aquele garotinho que já tinha passado por tanto e que merecia toda a estabilidade e o amor do mundo. Era por isso que me ofereci para ajudar Jungkook com aquela ideia maluca de casamento falso. Era simples, não era? Pelo menos deveria ser.

Mas agora... agora as coisas não pareciam mais tão claras. As linhas entre o que era profissional e o que era pessoal estavam ficando borradas, e eu não sabia mais como separá-las. A ideia de ajudar era sincera, mas não podia ignorar o jeito que Jungkook me fazia sentir, como cada interação parecia carregar algo mais. Era confuso, assustador até, porque, por mais que eu tentasse me convencer do contrário, não se tratava apenas de Minjun. E isso complicava tudo.

Cuidando Do Coração Do CEO Onde histórias criam vida. Descubra agora