proteger a campanha

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Acordei com a luz suave do amanhecer entrando pelas cortinas. O quarto de hotel ainda estava mergulhado em silêncio, e o calor do corpo de Camila ao meu lado na cama era reconfortante. Virei-me lentamente, esperando vê-la ali, mas o espaço ao meu lado estava vazio.

Franzi o cenho, ainda sentindo os resquícios da noite passada em minha pele. — Camila? chamei suavemente, mas não houve resposta.

Levantei-me, os lençóis deslizando para o lado, e caminhei pelo quarto, procurando por ela. Quando passei pela porta do banheiro, ouvi sua voz abafada, um tom agudo de preocupação.

— Eu já disse que estou resolvendo isso — a voz de Camila vinha do outro lado da porta entreaberta. Parecia estar discutindo com alguém. Fiquei parada por um momento, o coração acelerado, tentando entender com quem ela falava.

— Não, não posso continuar essa conversa agora — ela continuou, mas havia uma urgência em sua voz que me deixou desconfortável.

Aproximando-me da porta, tentei ouvir mais, mas logo a voz dela cessou. Houve um clique, e em seguida, silêncio. A porta se abriu, revelando Camila com o celular ainda na mão, mas quando ela me viu, rapidamente desligou e forçou um sorriso.

— Bom dia, Lauren — disse, com um tom casual, como se nada tivesse acontecido. — Dormiu bem?

Eu a observei, desconfiada, mas respondi da mesma forma. — Sim, dormi... - pausei, estudando seu rosto. — Com quem você estava falando?

Ela hesitou por um segundo, mas logo recuperou a compostura. — Era só um assunto de trabalho, nada demais. Quer café?

Eu sabia que havia mais naquela conversa do que ela estava disposta a admitir, mas decidi não pressioná-la. — Claro, café seria ótimo — respondi, ainda sentindo um peso em meu peito, mas tentando ignorar.

Tomávamos café na varanda da suíte, o ar fresco da manhã misturando-se com o aroma do café. Camila parecia relaxada, e eu tentava fazer o mesmo, apesar das preocupações que ainda rondavam minha mente. O silêncio confortável entre nós foi interrompido pelo som do meu telefone vibrando na mesa.

Peguei o celular e vi o nome de Dinah na tela. Suspirei, já sentindo que algo estava errado.

— Dinah? — atendi, enquanto Camila me observava com curiosidade.

Lauren, precisamos ir para Washington imediatamente — Dinah disse, sua voz firme e sem espaço para questionamentos. — Estou esperando você no saguão. As coisas pioraram.

— O que aconteceu? — perguntei, sentindo um nó se formar no estômago.

Acabei de enviar para você alguns materiais que estão circulando online — ela respondeu, sua voz carregada de preocupação. — Estão fazendo ataques pessoais contra você, alegando corrupção na sua campanha. Há até dados bancários.

Meu coração disparou. — Isso não pode ser sério...

É muito sério, Lauren. Precisamos agir agora.

— Tudo bem, já estou descendo — respondi, tentando manter a calma.

Desliguei o telefone e imediatamente abri as mensagens de Dinah. Lá estavam os documentos, manchetes e postagens recheadas de acusações. Alegações de corrupção, números de contas bancárias, tudo falsificado para me incriminar.

— O que houve? — Camila perguntou, preocupada, notando minha expressão.

— Precisamos ir agora — respondi, já me levantando. — Dinah está no saguão e... é muito grave, Camila. Estão atacando minha campanha com mentiras, alegando corrupção.

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