Segunda chance

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Assim que o carro parou em frente ao hotel, senti o cansaço finalmente me atingir por completo. A adrenalina do comício já estava começando a se dissipar, e o peso de todas as emoções daquele dia me fez querer apenas um momento de descanso. Ainda assim, ao sair do carro e entrar no saguão, uma sensação de felicidade profunda me envolveu.

Cada sorriso, cada aceno, cada palavra de carinho que recebi hoje voltava à minha mente como flashes. Sabia que, apesar do cansaço, o que vivemos em Nova Iorque foi especial, algo que não apenas marcou a campanha, mas também tocou o coração de milhares de pessoas.

Enquanto subia para meu quarto, um sorriso involuntário apareceu no meu rosto. Estava exausta, sim, mas aquela exaustão era o preço de algo grande. Receber todo aquele carinho, ver nos olhos das pessoas que a esperança estava viva, era a maior recompensa que eu podia ter.

Quando finalmente cheguei ao meu quarto e fechei a porta atrás de mim, deixei escapar um suspiro profundo. Sentei-me na cama por um momento, olhando para o celular que continuava vibrando com notificações de apoio e mensagens de gratidão.

— Valeu a pena, — sussurrei para mim mesma, sentindo a satisfação me aquecer por dentro. E naquele momento, soube que dias como aquele eram o que me davam forças para seguir em frente, mesmo diante de todos os desafios.

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Enquanto me acomodava na poltrona do meu quarto, relaxando depois de um dia tão intenso, peguei meu celular para conferir as últimas atualizações e mensagens. O vibrar constante do aparelho era um lembrete de todo o carinho e apoio que recebi durante o comício.

Foi quando ouvi uma batida na porta. Estava tão mergulhada nas redes sociais que quase não percebi. Levantei-me da poltrona e, ainda um pouco desorientada pelo cansaço, fui até a porta para atender.

Ao abrir, fiquei paralisada por um momento. Na minha frente estava Camila, com um visual que eu não esperava. Seus cabelos estavam agora loiros e caíam em ondas suaves sobre os ombros. Ela parecia um pouco mais magra, e usava roupas mais sensuais e justas, que destacavam suas curvas de forma marcante. As joias que ela usava brilhavam sob a luz do corredor, dando um toque de sofisticação ao seu visual.

— Camila? — minha voz estava carregada de surpresa e uma pontada de inquietação. — O que aconteceu com você? Por que essa mudança repentina?

Ela me olhou com um misto de determinação e um toque de vulnerabilidade. Percebi que havia algo mais profundo por trás daquela transformação, algo que ela estava pronta para compartilhar.

— Lauren, precisamos conversar — disse ela, com uma voz que revelava um certo nível de urgência. — Tem muito o que esclarecer.

Camila entrou no quarto com uma postura impecável e uma determinação que era impossível ignorar. Sua presença era tão marcante que me deixou boquiaberta por um instante. A transformação dela era evidente, mas o que realmente me surpreendeu foi a confiança que ela exalava.

Ela colocou a bolsa sobre a cama com um gesto elegante e, em seguida, se acomodou na cadeira ao lado. A maneira como ela se sentou, com a postura ereta e a expressão séria, contrastava com a imagem que eu tinha dela anteriormente.

— Camila, — finalmente consegui dizer, tentando recuperar o fôlego. — O que está acontecendo? Por que você mudou tanto? E por que agora?

Ela me olhou diretamente nos olhos, como se quisesse transmitir algo muito importante. Sabia que o que ela tinha a dizer seria crucial para entendermos o que estava realmente acontecendo.

Camila respirou fundo antes de começar a falar, a seriedade em seu tom claramente refletindo a importância das palavras que estava prestes a dizer.

— Lauren, — começou ela, a voz firme e controlada —, tentaram me comprar. Sim, eu sei que parece loucura, mas é verdade. Por um tempo, conseguiram. Afinal, eu era apenas uma jornalista estagiária, e a oferta parecia tentadora demais para ignorar.

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