Quando me aproximei de Saulo e Dinah, senti o ar quase vibrar com a tensão entre eles. Saulo estava encharcado, os olhos faiscando de raiva, e Dinah, com uma expressão de puro desprezo, segurava o celular como se tivesse acabado de capturar algo importante. Percebi o cheiro doce de champanhe no ar.
Sem hesitar, cruzei os braços atrás das costas, erguendo o queixo, e fiz a pergunta que cortou o ar como uma lâmina:
— O que você pretende expor, Saulo?
Ele congelou por um segundo, o medo substituindo sua postura arrogante. Seus olhos encontraram os meus, e naquele instante, vi que ele sabia. Sabia que havia ido longe demais.
Dinah virou a cabeça para me olhar, surpresa. Eu não precisava de palavras para entender o que ela estava pensando. Aquilo que ela viu, que ele ameaçava, podia ser fatal para minha campanha. E talvez, para algo mais profundo.
— Lauren, eu... — Saulo começou, mas sua voz falhou. Ele não tinha mais o controle da situação.
— Fala — repeti, firme, sem desviar o olhar. — O que exatamente você quer expor?
Ele recuou um passo, o pânico começando a se infiltrar em sua fachada dura. O silêncio se estendeu entre nós, mas eu sabia que o som das minhas palavras ecoava em sua mente.
Dinah, ainda furiosa, avançou meio passo, os olhos faiscando.
— Ele estava relaxando enquanto você quase morria lá em cima, Lauren — disparou Dinah, apontando para Saulo com o celular. — Isso aqui vai te mostrar exatamente o tipo de traidor que você tem ao seu lado.
Meu estômago deu um nó, mas meu exterior permaneceu inabalável. Eu me aproximei mais um passo, encarando Saulo de perto.
— Você sabia o que estava acontecendo comigo, e ficou aqui, na piscina, com champanhe? — Minha voz saiu mais baixa, carregada de uma calma perigosa.
Saulo abriu e fechou a boca, incapaz de articular uma defesa. Sabia que o jogo tinha acabado.
Eu respirei fundo, tentando manter o controle enquanto o peso da situação caía sobre mim. Cada segundo parecia eternamente prolongado, a traição dele se tornando cada vez mais óbvia, uma verdade que eu já não podia ignorar.
Olhei para Saulo, e algo no seu olhar me fez perceber que o champanhe e a piscina eram apenas a ponta do iceberg. Havia mais. Muito mais. A expressão dele não era só de culpa por ter me abandonado no momento crítico; era de medo. Medo de algo muito maior que apenas uma falha ética.
A tensão no ar parecia quase palpável enquanto eu o encarava, esperando que ele cedesse à pressão. Seus olhos desviaram para a esquerda, como se buscasse uma saída, mas não havia para onde correr.
— Não é só isso, é? — perguntei, mantendo minha voz baixa, mas firme, meu corpo tenso, esperando pela confissão. — O que mais você tem escondido de mim?
Dinah, ainda ao meu lado, levantou uma sobrancelha, percebendo o mesmo que eu. Havia mais camadas de segredos e mentiras no ar do que qualquer um de nós tinha antecipado. Ela cruzou os braços, observando com atenção, enquanto Saulo engolia seco.
Ele ficou em silêncio por um momento, o rosto pálido, como se estivesse tentando encontrar uma forma de escapar. Mas ele sabia. Eu sabia. Não havia saída.
— Saulo, eu vou descobrir de qualquer jeito. — Dei mais um passo em direção a ele, deixando claro que eu não estava para brincadeiras. — Então é melhor que você me diga agora.
O silêncio entre nós ficou insuportável, cada segundo se arrastando. Ele respirou fundo, os ombros caindo, e finalmente falou, a voz quase um sussurro.
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Aos olhos da nação
FanfictionEm um mundo corporativo e político, em tempos de eleições, cada passo pode ser crucial. Um passo errado vira o seu próprio suicídio, brigas por poder, todos querendo a cabeça de apenas uma mulher. A paixão e desejos pessoais podem ser um suicídio an...