histórico

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- Que bom te ver.

Lá estava ele, meu vice, Louis, um grande amigo e companheiro de campanha, me esperando com um olhar acolhedor. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele me envolveu em um abraço caloroso, firme, como quem já tinha enfrentado tantas batalhas ao meu lado e sabia o quanto aqueles momentos significavam.

Senti um alívio imediato, como se aquela simples presença me lembrasse que, apesar de tudo, eu não estava sozinha.

Ao sentir o abraço dele, lembrei de como, desde o início da campanha, estivemos separados. Cada um em sua rota, viajando de estado em estado, fazendo campanhas pelo país. Fazia tanto tempo que não o via assim, de perto, que aquele momento parecia ainda mais significativo.

- Desde o início, mal tivemos tempo juntos - comentei, recuando um pouco para olhá-lo nos olhos.

Ele assentiu, um leve sorriso de compreensão no rosto.

- Faz parte da jornada - respondeu. - Mas estamos aqui agora, e isso é o que importa.

Saímos juntos pelo corredor, lado a lado, conversando sobre os próximos passos. À medida que nos aproximávamos do saguão do hotel, o som de vozes e risadas da equipe ia ficando mais nítido. Sabia que todos estavam aguardando por nós, ansiosos para revisar os detalhes da próxima etapa da campanha.

- Pronto para mais uma rodada? - perguntei, lançando um olhar divertido para ele.

- Sempre - respondeu ele, com um sorriso confiante.

Quando chegamos ao saguão, fomos recebidos com entusiasmo. A equipe estava toda ali, rindo e conversando, mas ao nos ver, rapidamente assumiram uma postura mais séria. Sabíamos que aquele momento de união era importante, mas logo todos estariam concentrados nos desafios à frente.

Saímos do hotel e nos dirigimos ao carro que já nos esperava. O motorista abriu a porta, e, assim que entramos, senti o clima típico do fim de tarde em Nova Iorque. O sol começava a se pôr, tingindo os céus com tons de laranja e rosa, enquanto os prédios altos refletiam a luz dourada, criando sombras longas sobre as ruas abarrotadas.

À medida que o carro avançava pela cidade, o trânsito começava a ficar mais intenso, típico do final de tarde. As calçadas estavam repletas de pessoas apressadas, e as luzes das lojas e semáforos começavam a se destacar no crescente crepúsculo. A vibração da cidade, com suas buzinas e sirenes ao longe, misturava-se ao murmúrio da multidão que, aos poucos, tomava conta das ruas.

- O fim de tarde em Nova Iorque tem algo de especial, não acha? - comentei, observando a cidade ganhar vida com o cair da noite.

- Tem uma energia que não para, igual à nossa campanha - ele respondeu, sorrindo enquanto continuava folheando alguns papéis no banco ao lado.

Quando nos aproximamos do centro, a Times Square já estava acesa com seus enormes telões brilhando contra o céu escurecido. A multidão começava a se formar ao redor do palanque que estava montado na praça. As faixas e cartazes com nossos slogans se destacavam nas mãos dos apoiadores, que acenavam e cantavam, criando um clima de expectativa. O som dos aplausos e gritos de apoio se tornava cada vez mais intenso à medida que o carro se aproximava.

- Está pronta? - ele perguntou, levantando os olhos dos papéis e me encarando com um olhar firme.

- Mais do que nunca - respondi, sentindo o peso do momento.

O carro parou a poucos metros do palanque. As luzes dos holofotes já estavam acesas, iluminando o palco onde eu falaria em breve. Quando saímos do carro, o calor da multidão nos envolveu, e a energia vibrante de Nova Iorque àquela hora do dia nos impulsionou enquanto caminhávamos juntos em direção ao palco, prontos para mais um momento decisivo da campanha.

Aos olhos da naçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora