Laeran tremia enquanto se equilibrava na parede de pedra da torre da taverna.
Em parte era frio; mas era também medo.
O soldado era um exímio alpinista e escalador. Esse era um de seus maiores orgulhos; ele provavelmente era o melhor nisso em todo o castelo.
Ele poderia até não ser o melhor lutador, não ser o mais rápido ou não ser o mais ágil. Mas quando se tratava de subir em coisas, ele era imbatível.
Por isso, quando ele ouviu de Dara que ele poderia acessar uma janela para ter acesso à área da porta misteriosa, não pôde evitar um sorriso de orelha a orelha.
Mesmo assim, aquele muro de pedra era um desafio.
Serana era um vilarejo portuário. As pedras eram úmidas e suas mãos escorregavam com facilidade. Um passo em falso seria o seu fim.
A escalada já seria extremamente difícil durante o dia. Mas durante a noite, era como escorregar no lodo às cegas.
Para piorar, ao circular as paredes de pedra ele percebeu que a parte de trás da construção ficava de frente para o mar. Era um pequeno penhasco.
Se ele caísse dali, a morte seria muito provável.
Laeran tentou afastar esses pensamentos da mente.
Era uma escalada difícil, sim.
Mas se alguém era capaz de conseguir, era ele.
Juntando toda a sua força de vontade e coragem, ele continuou a avançar...até ver uma luz que parecia sair de uma das paredes.
Era ela. A janela.
Ver seu destino o encheu de energia para prosseguir...e em poucos minutos ele passou pela janela estreita, descendo em uma escadaria.
Laeran olhou para cima, depois para baixo...
"Para onde, agora?"
A escadaria da torre estava completamente silenciosa. Era impossível saber para que lado ir.
O soldado suspirou.
"Cima".
Não era uma resposta racional. Não era baseada em nada. Laeran teria que contar com a sorte dessa vez.
O sargento subiu pelas escadas, o mais silenciosamente que pôde, tentando manter seus ouvidos apurados para quaisquer outros barulhos...
...até que rapidamente chegou ao topo, onde havia uma única porta, que estava entreaberta.
O coração de Laeran batia com tanta força que ele sentia um medo irracional de que seus inimigos pudessem ouvi-lo.
O sargento avançou devagar e colocou seu ouvido na porta. Nenhum barulho.
A fresta aberta deixava passar o ar fresco com o já conhecido cheiro de maresia. Aparentemente não havia luz dentro da sala.
Särtwulf provavelmente não estava aqui. Tampouco os clanorieses.
Mas talvez valesse a pena investigar.
Laeran entrou devagar na sala. Em alguns segundos, seus olhos começaram a se acostumar à quase escuridão total e ele teve certeza de que estava sozinho.
O lugar parecia ser um simples escritório. Alguns livros aqui e ali, uma escrivaninha com pergaminhos e uma pena. Objetos sortidos, aparentemente sem muita importância, aqui e ali.
Algo chamou sua atenção, porém.
Em uma pequena mesa lateral, um objeto metálico brilhava sob a fraca luz da lua.
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Brasas
FantasíaDois guerreiros e uma misteriosa feiticeira partem para cumprir uma missão secreta, que acaba revelando intrigas, conspirações e seus próprios segredos. Esta é a versão "beta" da história, por assim dizer. Não está revisada e ainda precisa ser polid...