Capítulo XL - A calmaria antes da tempestade

12 1 0
                                    

- Como assim...morto?

Laeran estava parado, olhos arregalados. A cor sumiu de seu rosto. 

Särtwulf continuou: 

- Quando entrei pela porta de trás da taverna, eu não subi imediatamente. Eu desci. Desci porque vi que o grupo dos clanorieses estava descendo. Queria saber para onde estavam indo. E foi assim que consegui acessar o subsolo da taverna. 

- E...o que havia lá? 

O valreandês franziu o cenho. 

___________________________________________________________________

- Temos mesmo que fazer isso? É quase tortura passar pelas meninas e depois ter que entrar nessa sala deprimente. 

- Você fala como se estivesse na Maison Relmé ou na Torre de Zä-Hatar. Você pode foder essas putas baratas a hora que quiser, depois que sair daqui. Agora é hora de nos concentrarmos na missão. 

- Para ser sincero, eu já nem lembro mais o que estamos faz- 

Särtwulf ouviu o som de um tapa do outro lado da porta à qual colava a orelha, seguido da risada patética de Bebian Dremont. 

- Renon, seu animal estúpido. Maldita a hora em que te colocaram no nosso esquadrão. Pelo menos você é leal e bom com a espada, porque se dependêssemos do seu cérebro... 

- Não precisava me bater, Gercian. 

- Burro é para tratar na chicotada mesmo. 

O valreandês espiou pela fresta da porta entreaberta. O grupo estava reunido no fundo de uma sala iluminada por velas. Todos estavam com seus rostos descobertos. Gercian Fleroux, Renon Narcier, Zenis Caud e Bebian Dremont. Identidades confirmadas, portanto. Pareciam estar sozinhos. 

Särtwulf decidiu tentar entrar ao avistar uma mesa alta próxima à porta, alta o suficiente para que ele conseguisse se manter agachado atrás dela. E assim ele o fez. 

Logo percebeu que não estava em uma sala comum. 

O lugar parecia uma mistura de depósito, laboratório...

...e sala de tortura. 

Diversos instrumentos e máquinas misteriosos estavam espalhados pelo local. O cheiro de sangue pesava fortemente no ar. 

O valreandês observou, tenso, manchas escuras descendo pela madeira do móvel atrás do qual se escondia. 

- Hora de continuarmos nosso trabalho. - disse Gercian. - Vamos terminar hoje a qualquer custo. Estou cansado desse teatro. 

- Já tentamos de tudo e o desgraçado não abre a boca. - disse Caud com sua voz grave. 

- Não tentamos de TUDO, Zenis. Não é possível que em poucos dias nosso pequeno grupo tenha esgotado todas as técnicas de...interrogatório existentes. Seja criativo. 

- Eu acho - começou Bebian. 

- Cale a boca. Pensem enquanto andam. Não temos tempo a perder. 

Särtwulf seguiu o grupo, tentando se manter nas sombras, por um corredor no fundo da sala. 

O cheiro de sangue ficava mais e mais forte a cada passo. 

O grupo finalmente entrou em uma grande sala circular, com uma única claraboia que permitia a entrada da luz da lua. 

Gercian pegou sua tocha e começou a iluminar as tochas presas às paredes...revelando o que havia no centro da sala. 

O valreandês arregalou os olhos. 

BrasasOnde histórias criam vida. Descubra agora