- Como assim...morto?
Laeran estava parado, olhos arregalados. A cor sumiu de seu rosto.
Särtwulf continuou:
- Quando entrei pela porta de trás da taverna, eu não subi imediatamente. Eu desci. Desci porque vi que o grupo dos clanorieses estava descendo. Queria saber para onde estavam indo. E foi assim que consegui acessar o subsolo da taverna.
- E...o que havia lá?
O valreandês franziu o cenho.
___________________________________________________________________
- Temos mesmo que fazer isso? É quase tortura passar pelas meninas e depois ter que entrar nessa sala deprimente.
- Você fala como se estivesse na Maison Relmé ou na Torre de Zä-Hatar. Você pode foder essas putas baratas a hora que quiser, depois que sair daqui. Agora é hora de nos concentrarmos na missão.
- Para ser sincero, eu já nem lembro mais o que estamos faz-
Särtwulf ouviu o som de um tapa do outro lado da porta à qual colava a orelha, seguido da risada patética de Bebian Dremont.
- Renon, seu animal estúpido. Maldita a hora em que te colocaram no nosso esquadrão. Pelo menos você é leal e bom com a espada, porque se dependêssemos do seu cérebro...
- Não precisava me bater, Gercian.
- Burro é para tratar na chicotada mesmo.
O valreandês espiou pela fresta da porta entreaberta. O grupo estava reunido no fundo de uma sala iluminada por velas. Todos estavam com seus rostos descobertos. Gercian Fleroux, Renon Narcier, Zenis Caud e Bebian Dremont. Identidades confirmadas, portanto. Pareciam estar sozinhos.
Särtwulf decidiu tentar entrar ao avistar uma mesa alta próxima à porta, alta o suficiente para que ele conseguisse se manter agachado atrás dela. E assim ele o fez.
Logo percebeu que não estava em uma sala comum.
O lugar parecia uma mistura de depósito, laboratório...
...e sala de tortura.
Diversos instrumentos e máquinas misteriosos estavam espalhados pelo local. O cheiro de sangue pesava fortemente no ar.
O valreandês observou, tenso, manchas escuras descendo pela madeira do móvel atrás do qual se escondia.
- Hora de continuarmos nosso trabalho. - disse Gercian. - Vamos terminar hoje a qualquer custo. Estou cansado desse teatro.
- Já tentamos de tudo e o desgraçado não abre a boca. - disse Caud com sua voz grave.
- Não tentamos de TUDO, Zenis. Não é possível que em poucos dias nosso pequeno grupo tenha esgotado todas as técnicas de...interrogatório existentes. Seja criativo.
- Eu acho - começou Bebian.
- Cale a boca. Pensem enquanto andam. Não temos tempo a perder.
Särtwulf seguiu o grupo, tentando se manter nas sombras, por um corredor no fundo da sala.
O cheiro de sangue ficava mais e mais forte a cada passo.
O grupo finalmente entrou em uma grande sala circular, com uma única claraboia que permitia a entrada da luz da lua.
Gercian pegou sua tocha e começou a iluminar as tochas presas às paredes...revelando o que havia no centro da sala.
O valreandês arregalou os olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Brasas
FantasíaDois guerreiros e uma misteriosa feiticeira partem para cumprir uma missão secreta, que acaba revelando intrigas, conspirações e seus próprios segredos. Esta é a versão "beta" da história, por assim dizer. Não está revisada e ainda precisa ser polid...