Gabriel Medina's point of view
Depois de dias tranquilos em casa, Marina e eu decidimos que era hora de levar as meninas para um passeio diferente. Queríamos algo especial, algo que fizesse Helena e Cecília se sentirem ainda mais conectadas com a gente. Então, planejamos um dia no parque de diversões, algo que sempre trouxe sorrisos largos ao rosto delas.
O dia estava lindo, com o céu azul e o sol brilhando no alto. Perfeito para um dia em família. Chegamos ao parque e, por um momento, tudo parecia ser exatamente como imaginamos. As meninas correram à nossa frente, rindo e apontando para as atrações. Marina e eu nos entreolhamos, sorrindo. Era bom ver a alegria delas, e eu estava determinado a aproveitar cada segundo.
Começamos pelo carrossel, um dos favoritos de Cecília. Helena insistiu para irmos na roda-gigante logo depois, e eu sabia que aquele seria o tipo de dia que ficaria gravado na memória delas para sempre.
Mas, não demorou muito para que as coisas começassem a mudar. Primeiro, foi um casal que nos reconheceu enquanto estávamos na fila do carrinho de bate-bate. Pediram uma foto, e, claro, sorrimos e tentamos ser simpáticos.
— Ah, vocês são incríveis! — disseram eles, enquanto tiravam a selfie. — Não acredito que encontramos vocês aqui!
Marina me lançou um olhar rápido, e eu sabia que estávamos pensando o mesmo. Queríamos esse tempo só para nós, mas entendíamos que as pessoas nos viam como uma espécie de símbolo, algo que fazia parte de suas vidas de alguma forma.
Só que não parou por aí. À medida que continuávamos o passeio, mais e mais pessoas se aproximavam. Eram famílias, adolescentes, até alguns funcionários do parque. Pediam fotos, autógrafos, ou simplesmente nos observavam de longe, o que, sinceramente, às vezes era ainda mais desconcertante.
Helena e Cecília começaram a perceber a atenção, e eu vi o desconforto crescendo nos rostos delas. O brilho de alegria começou a diminuir, substituído por expressões de cansaço e frustração.
— Papai, por que tem tanta gente olhando pra gente? — Helena perguntou, sua voz soando pequena e vulnerável.
— Eles só querem tirar fotos, meu amor — eu disse, tentando manter a calma na voz. — Mas eu sei que é chato. Vamos tentar nos concentrar no nosso passeio, tudo bem?
Cecília, que sempre foi mais sensível ao ambiente ao redor, começou a ficar inquieta. Ela se agarrou ao meu braço, o olhar perdido, claramente desconfortável com o barulho e a quantidade de gente em volta.
— Papai, eu quero ir embora — ela disse baixinho, e meu coração apertou.
Eu olhei para Marina, que também parecia preocupada. A ideia era ter um dia em família, algo que nos conectasse ainda mais, mas estava se tornando uma experiência estressante para todos, especialmente para as meninas.
Tentamos continuar, movendo-nos para áreas mais tranquilas do parque, mas parecia que a multidão só aumentava. Pessoas nos seguiam, tiravam fotos à distância, e, em pouco tempo, o que deveria ser um momento de descontração virou um teste de paciência.
Finalmente, quando percebemos que as meninas estavam prestes a desmoronar de tanto estresse, decidimos que era hora de ir embora. Marina e eu trocamos um olhar de entendimento — sabíamos que esse era o preço de quem éramos, mas isso não tornava a situação menos difícil.
No caminho de volta para o carro, Helena e Cecília estavam em silêncio, claramente abatidas pelo que havia acontecido. Eu segurei a mão delas, tentando transmitir algum conforto.
— Eu sinto muito por hoje — disse a elas, minha voz carregada de arrependimento. — Queríamos que fosse um dia divertido, mas... às vezes as coisas não saem como planejamos.
Helena olhou para mim, seus olhos grandes e sérios.
— Eu sei, papai. Só queria que as pessoas nos deixassem em paz.
Aquelas palavras foram como um soco no estômago, porque era exatamente o que eu sentia. Queria poder protegê-las disso, oferecer a elas a normalidade que mereciam.
Quando chegamos em casa, as meninas estavam exaustas e foram direto para seus quartos. Marina e eu ficamos na sala, em silêncio, refletindo sobre o dia.
— Não podemos deixar isso acontecer de novo — disse Marina, a voz firme.
— Eu sei — respondi, ainda processando o impacto daquele passeio. — Vamos encontrar uma maneira de fazer as coisas funcionarem melhor. Precisamos proteger elas de tudo isso.
Era uma promessa que eu sabia que seria difícil cumprir, mas que estava determinado a manter. Elas eram minha prioridade, e encontrar um equilíbrio entre nossa vida pública e nossa vida privada era algo que eu sabia que precisávamos fazer — para o bem delas, e para o nosso também.
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Our Waves - Gabriel Medina
Fanfiction2° TEMPORADA DE ON YOUR WAVE. RECOMENDO QUE LEIA ANTES! Helena, agora uma promessa emergente no surfe competitivo, continua a trilhar seu caminho nas ondas, enquanto sua família lida com os desafios e mudanças que vêm com essa nova fase. Gabriel, t...