Gabriel Medina's point of view
Acordei com aquela sensação boa de que algo grande estava prestes a acontecer. Já fazia alguns dias que eu e Marina tínhamos começado a planejar o Instituto Medina, e hoje seria o primeiro grande teste. Marcello ia trazer os amigos da escola, crianças que nunca tiveram a chance de pegar uma onda, e eu queria fazer desse dia algo que eles nunca esqueceriam.
Desci as escadas e vi Marina na cozinha, preparando algumas coisas para levar. Ela também estava animada, e o sorriso no rosto dela só me motivava mais.
— Preparada para hoje? — perguntei, puxando uma cadeira para sentar ao lado dela.
— Acho que sim — ela respondeu, rindo. — Acho que estou mais ansiosa do que as crianças. Helena já está se arrumando lá em cima, e pelo que ouvi, ela já ensinou a Cecília a dizer "surfe" direitinho.
Sorri com a ideia. Cecília, tão pequena e já envolvida nesse mundo de pranchas e ondas. Sabia que Helena ia amar ter a irmã por perto.
— Bom, hoje é só o começo — eu disse, tentando conter a empolgação. — Mas sinto que vai ser especial. O Pedro também vem, vai trazer os filhos, e com sorte, a energia dele vai ajudar a deixar todo mundo à vontade.
Marina assentiu, sempre com aquele olhar de quem sabe exatamente o que dizer para me manter centrado.
Chegamos na praia cedo, o lugar que eu e Marina encontramos era perfeito. Uma estrutura simples, mas suficiente para receber as crianças e começar algo que, eu esperava, fosse crescer muito nos próximos meses. Pedro já estava lá quando chegamos, correndo atrás dos filhos enquanto tentava organizá-los.
— E aí, irmão! — ele gritou quando me viu. — Hoje o dia vai ser de ouro, hein?
Rimos, e logo em seguida, Marcello chegou com seus amigos. Ele estava visivelmente empolgado, mas também carregava aquela responsabilidade de quem tinha prometido algo grandioso para os amigos. Ao todo, eram cinco crianças, todas entre seis e oito anos. A timidez nos rostos delas era palpável, mas eu sabia que, com o tempo, o mar faria sua mágica.
Me abaixei para cumprimentá-los de perto, tentando quebrar o gelo.
— E aí, galera? Prontos para se tornarem surfistas hoje? — perguntei, sorrindo.
As respostas vieram em forma de sorrisos tímidos e alguns acenos, mas Marcello, sempre corajoso, assumiu a frente.
— Eu falei pra eles que você é o melhor professor de surfe do mundo!
Marina riu ao meu lado, enquanto ajudava a organizar as pranchas. Ela sempre tinha esse toque de mãe, sabia lidar com as crianças de um jeito que eu não conseguia. Foi ela quem ajudou a acalmar os menores, dizendo que o surfe era como brincar no mar, só que com uma prancha para ajudar. Em minutos, as crianças estavam se soltando.
Passamos a manhã inteira com eles. Ensinei o básico — como ficar em pé na prancha, como manter o equilíbrio, mas o mais importante era fazer com que eles se divertissem. Pedro estava animado como sempre, correndo com seus filhos pela areia, enquanto Helena e Marcello lideravam o grupo das crianças menores. Ver minha filha tão à vontade no mar, ajudando as outras crianças a perderem o medo, me enchia de orgulho. Ela realmente tinha herdado meu amor pelo surfe.
No final da manhã, já estava claro que tínhamos conquistado aquelas crianças. O brilho nos olhos de cada uma delas mostrava que algo havia mudado. Elas não eram mais apenas espectadores do mar; agora, faziam parte dele.
Enquanto organizávamos um pequeno lanche para as crianças, Marcello veio até mim, meio tímido.
— Tio Gabriel, tem mais amigos meus que gostariam de vir... Eles também querem aprender a surfar, mas não têm prancha nem quem os ensine.
Aquilo mexeu comigo. Lembrei de quando eu era criança e não tinha todos os recursos que tenho hoje. Se não fosse pelos meus pais, talvez eu nunca tivesse chegado onde cheguei. Essas crianças não tinham as mesmas oportunidades, e eu sabia que queria mudar isso.
— Vamos trazer todos eles, Marcello. Ninguém vai ficar de fora. Esse é só o começo.
Marina, que estava ao meu lado, colocou a mão no meu ombro e sorriu.
— Acho que seu projeto vai ser maior do que você imaginava, hein? — ela disse, com aquele brilho nos olhos que sempre me motivava.
— É... Talvez seja mesmo — respondi, olhando para o mar e imaginando o futuro do Instituto Medina.
Eu sabia que estava no caminho certo. Hoje era só o início, mas eu já conseguia ver o impacto que isso teria na vida dessas crianças. Com Marina ao meu lado e o apoio de amigos como Pedro, eu sabia que juntos poderíamos fazer algo incrível.
Enquanto as crianças corriam na areia, rindo e brincando, tive a certeza de que aquele projeto não seria só sobre o surfe. Seria sobre ensinar valores, disciplina e, acima de tudo, oferecer oportunidades para aqueles que mais precisam. O Instituto Medina estava nascendo com propósito e coração, e isso era só o começo de algo muito maior do que eu jamais poderia ter imaginado.
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Our Waves - Gabriel Medina
Fanfiction2° TEMPORADA DE ON YOUR WAVE. RECOMENDO QUE LEIA ANTES! Helena, agora uma promessa emergente no surfe competitivo, continua a trilhar seu caminho nas ondas, enquanto sua família lida com os desafios e mudanças que vêm com essa nova fase. Gabriel, t...