CAPÍTULO 21

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Gabriel Medina's point of view

O sol ainda não havia nascido completamente quando decidi que hoje seria um dia diferente. Acordei antes de todos, com uma ideia em mente: surpreender Marina e as meninas com um dia só nosso, sem trabalho, sem escola, sem compromissos. Sabia que Marina precisava disso, nós precisávamos disso. Um dia para nos reconectarmos e apenas aproveitar a companhia um do outro.

A casa estava em silêncio, exceto pelo som suave das ondas quebrando ao longe, que sempre teve um efeito calmante sobre mim. Levantei-me devagar, tentando não acordar Marina, e fui até o quarto das meninas. Helena já estava acordada, sua energia matinal sempre a postos, enquanto Cecília ainda estava meio adormecida, mas não demoraria a despertar.

— Papai! — Cecília sussurrou, sorrindo sonolenta enquanto se aninhava em meu colo.

— Bom dia, meninas, — eu disse, baixinho. — Hoje é dia de surpresa para a mamãe. Que tal prepararmos um café da manhã especial para ela?

Helena abriu um sorriso largo, já se levantando da cama com entusiasmo. Descemos juntos para a cozinha, onde o sol começava a iluminar o ambiente com uma luz suave e acolhedora. A ideia era simples: um café da manhã na cama, feito por nós três, para começar o dia de forma especial.

— Vamos fazer panquecas! — Helena sugeriu, enquanto começava a procurar os ingredientes no armário.

Cecília, ainda meio sonolenta, já estava com as mãozinhas ocupadas, pronta para ajudar do jeito que pudesse. Eu me juntei a elas, pegando farinha, ovos, leite, frutas, e o essencial: chocolate, que sempre deixa tudo mais gostoso para as meninas.

A cozinha logo se encheu de risadas e bagunça. Helena, sempre cheia de energia, misturava a massa com tanto entusiasmo que a farinha voava para todos os lados. Cecília, com sua seriedade característica, estava encarregada de jogar os pedaços de chocolate nas panquecas, concentrada em seu trabalho. O cheiro doce das panquecas começava a se espalhar pela casa, e, enquanto as observava, senti uma gratidão profunda por esses momentos simples, mas tão significativos.

Com o café da manhã pronto, montamos uma bandeja com todo o capricho. Helena insistiu em arrumar as frutas de maneira artística, e Cecília fez questão de colocar as xícaras na bandeja com todo o cuidado. Subimos as escadas em silêncio, tentando conter a empolgação. Quando entramos no quarto, Marina estava começando a acordar, mas seu sorriso se abriu ao nos ver entrar.

— Bom dia, — eu disse, suavemente, colocando a bandeja na cama ao lado dela.

— O que é isso? — ela perguntou, ainda surpresa, mas já visivelmente emocionada.

— Café da manhã feito com muito amor, só para você, — respondi, sorrindo enquanto Helena e Cecília se aninhavam ao lado dela.

Marina olhou para nós com olhos brilhando de emoção, claramente tocada pelo gesto. Sabíamos que ela precisava desse carinho, dessa atenção, algo que talvez tivéssemos deixado de lado nas últimas semanas atribuladas.

— Vocês são incríveis, — ela disse, emocionada, enquanto nos puxava para perto.

Tomamos o café da manhã na cama, entre risos e histórias compartilhadas, e, no meio da refeição, anunciei minha segunda surpresa:

— Hoje não tem trabalho, não tem escola. Só vamos ficar em casa, fazendo o que quisermos, — declarei.

Marina ergueu as sobrancelhas, surpresa e visivelmente aliviada. — Sério? Um dia todo só nosso?

— Sim, — confirmei, segurando sua mão. — Sophia e Adriana vão cuidar do trabalho. Hoje é só nosso.

As meninas vibraram de alegria com a notícia, já começando a pensar em todas as brincadeiras que poderiam fazer. E, assim, começamos o dia com a leveza que tanto precisávamos.

Depois do café, a casa rapidamente se transformou em um playground. Começamos com uma clássica partida de esconde-esconde, correndo pelos corredores e rindo como se o tempo não existisse. As meninas adoravam tentar se esconder nos lugares mais óbvios—atrás das cortinas, debaixo das cobertas—e eu fazia o possível para prolongar a busca, só para ouvi-las rir quando finalmente as encontrava.

Marina, sempre com um sorriso no rosto, participava de cada brincadeira, e ver seu riso despreocupado me fez sentir que o dia já valia a pena. Estávamos juntos, sem pressa, sem preocupações, apenas aproveitando a companhia um do outro.

Com o passar da manhã, decidimos que era hora de cozinhar juntos. Helena sugeriu que fizéssemos uma pizza caseira, e todos adoraram a ideia. Voltamos para a cozinha, onde as meninas ajudaram a amassar a massa, esticando-a com pequenas mãos cheias de farinha. Marina e eu nos revezamos entre preparar os ingredientes e supervisionar as pequenas, que estavam mais interessadas em brincar com a massa do que em fazer uma pizza de verdade.

— Vai ser a melhor pizza do mundo, — Helena anunciou, com a confiança de um chef experiente.

Quando a pizza estava finalmente pronta, nos sentamos juntos para almoçar, saboreando cada pedaço. Não era a refeição mais elaborada, mas o fato de termos feito tudo juntos, entre risadas e brincadeiras, dava a ela um sabor especial. Era um daqueles momentos em que tudo parece se encaixar, onde cada detalhe faz sentido e o simples ato de compartilhar uma refeição se transforma em uma lembrança preciosa.

Após o almoço, foi a vez de Helena anunciar seu grande plano: uma tarde do chá, com todas as formalidades que a ocasião exige. As meninas correram para seus quartos, voltando com suas bonecas e pelúcias favoritas, que foram organizadas cuidadosamente ao redor de uma pequena mesa na sala.

— Tudo está perfeito, — Helena declarou, satisfeita com o arranjo. — Agora só falta o chá.

Preparei uma versão fictícia do chá, com biscoitos que havíamos feito juntos, e logo estávamos todos sentados ao redor da mesa, participando da brincadeira como se fosse a coisa mais séria do mundo. Cecília, com sua pelúcia favorita, servia chá para todos, enquanto Helena se encarregava dos biscoitos. Marina, sempre atenta aos detalhes, fez questão de que cada boneca e pelúcia tivesse sua xícara e pires, enquanto nós brincávamos de tomar o chá mais delicioso que já provamos.

— Esse chá está maravilhoso, — disse, com toda a seriedade que pude, fazendo as meninas rirem.

Marina olhou para mim, os olhos cheios de carinho e algo mais—um alívio, talvez, por estar vivenciando esse momento de paz e simplicidade. Ela se inclinou e me deu um beijo suave, quase imperceptível, mas cheio de significado. Estávamos juntos, conectados, exatamente como deveria ser.

À medida que o sol começou a se pôr, as meninas começaram a mostrar sinais de cansaço. Decidimos que seria uma boa ideia encerrar o dia com um filme, algo leve e divertido que todos gostassem. Nos acomodamos no sofá, as meninas aninhadas entre nós, já meio adormecidas antes mesmo de o filme começar.

Cecília foi a primeira a cair no sono, seu pequeno corpo relaxando no colo de Marina. Helena tentou resistir, mas logo sucumbiu, deitando a cabeça no meu ombro, segurando minha mão com força. Enquanto o filme passava na tela, olhei para Marina e vi que ela também estava relaxada, um sorriso suave nos lábios.

— Hoje foi perfeito, — ela sussurrou, apertando minha mão.

— Foi sim, — respondi, sentindo uma profunda satisfação. — E teremos muitos mais dias assim.

Marina encostou a cabeça em meu ombro, e ficamos ali, em silêncio, observando nossas filhas adormecidas, sentindo o peso do dia se dissipar. O filme continuava a passar na tela, mas ninguém realmente prestava atenção. O que importava era esse momento—nós quatro juntos, em casa, depois de um dia cheio de amor e felicidade.

Enquanto o sol se punha e a casa mergulhava na penumbra, senti que hoje realmente havia sido um daqueles dias que valem uma vida inteira. E, ao olhar para Marina e para as meninas, soube que estávamos no caminho certo. Juntos, como sempre deveria ser.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

Ai gente, morro de amores por eles. Será que finalmente vai tudo se encaixar?

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