Gabriel Medina's point of view
Os dias que antecederam a surpresa foram cheios de planejamento. Desde o momento em que encontrei aquele espaço perto da praia, minha cabeça não parava. Eu conseguia visualizar as crianças correndo, surfando e rindo, exatamente como Marcello e Helena faziam sempre que estavam juntos. Era difícil não deixar a empolgação transparecer, principalmente porque Marcello já estava visitando nossa casa quase todos os dias, e cada conversa com ele me fazia querer começar o projeto o mais rápido possível.
Mas eu e Marina decidimos fazer tudo com calma. Queríamos criar algo sólido, algo que realmente pudesse fazer a diferença na vida dessas crianças. E Marina, com seu jeito protetor e maternal, foi essencial nesse processo. Sempre tão prática, ela já estava planejando tudo—desde como poderíamos organizar as aulas de surfe até formas de engajar mais famílias, criando uma verdadeira comunidade em torno do projeto.
No dia da surpresa, o clima estava perfeito. O sol brilhava forte, mas o vento leve mantinha o calor sob controle. Enquanto Marina terminava de arrumar os últimos detalhes no local, eu voltei para casa para buscar as crianças. Marcello e Helena estavam no quintal, rindo enquanto brincavam com Cecília. A cena me fez sorrir. Desde que Marcello entrou em nossas vidas, ele trouxe uma nova energia para nossa casa. Cecília, ainda pequena, adorava segui-lo para todos os lados, e Helena... bem, ela estava mais feliz do que nunca. Eles se tornaram inseparáveis.
— Prontos para uma surpresa? — perguntei, tentando não entregar nada.
Helena, sempre a mais curiosa, deu um pulo, com os olhos brilhando.
— Surpresa? O que é, papai? — ela insistiu.
Marcello, um pouco mais tímido, apenas olhou para mim, com um sorriso discreto, mas curioso.
— Vocês vão ter que esperar para ver — respondi, piscando para Marina, que estava ao meu lado.
O caminho até o local parecia curto, mas cada passo aumentava minha ansiedade. Queria ver a reação deles, queria que soubessem que esse lugar não era apenas para diversão, mas também para aprendizado, crescimento, e, principalmente, para proporcionar oportunidades. Quando chegamos ao espaço, segurei a mão de Helena e chamei Marcello para se aproximar.
— Então, aqui está. — Abri os braços, mostrando o espaço preparado. — Esse é o lugar onde tudo vai começar. Não é só para vocês, mas para outras crianças que querem surfar, aprender, e se divertir. E vocês serão os primeiros a experimentar isso.
Helena foi a primeira a correr em direção às pranchas, pegando uma nas mãos com um sorriso de orelha a orelha. Ela estava claramente pronta para pular no mar.
— Papai, é lindo! Posso usar essa aqui? — ela gritou, já impaciente para entrar na água.
Enquanto isso, Marcello ficou parado por um momento, absorvendo tudo. Ele olhou para mim, depois para Marina, e seus olhos começaram a brilhar. Era como se ele estivesse processando o fato de que aquilo realmente estava acontecendo.
— Isso é mesmo pra gente? — ele perguntou, ainda com um tom de incredulidade.
Eu me abaixei, ficando na altura dele, e coloquei a mão em seu ombro.
— Não só para vocês, Marcello. Mas para todas as crianças que, assim como você, amam o surfe mas não têm as oportunidades que merecem. Esse lugar é de vocês. E você vai nos ajudar a trazer seus amigos aqui, não vai?
Marcello me olhou por um momento, ainda absorvendo tudo, e então, para minha surpresa, ele deu um passo à frente e me abraçou. Ele, sempre tão reservado, demonstrou gratidão da maneira mais sincera possível. E aquilo, para mim, foi mais do que qualquer palavra poderia expressar.
Marina, que observava tudo, veio até nós e bagunçou o cabelo de Marcello com carinho.
— Você merece, garoto. E vai ser ainda melhor quando trouxermos seus amigos. — Ela disse, sorrindo.
Helena, por sua vez, já estava impaciente.
— Vamos surfar, papai? — Ela perguntou, segurando sua prancha.
— Claro que vamos, garota! — respondi, rindo.
Enquanto levávamos as crianças para a água, Marcello, ainda um pouco tímido, começou a relaxar. As ondas estavam calmas, perfeitas para eles. Helena, com sua energia infinita, já estava pegando suas primeiras ondas, e Marcello logo a seguiu. Ver a felicidade deles era o combustível que eu precisava.
Depois de algumas horas na água, sentamos todos na areia, cansados, mas felizes. Marcello estava mais à vontade, conversando mais abertamente sobre seus amigos e sobre o quanto eles adorariam estar ali também.
— Tem várias crianças na minha vizinhança que gostariam de vir aqui. Eles também amam surfar, mas... não têm prancha nem ninguém para ensinar — ele comentou, enquanto olhava para o mar.
Aquilo me tocou de uma forma que eu não esperava. Eu sabia que havia muitas crianças como Marcello, mas ouvir isso diretamente dele me fez ver a urgência de expandir o projeto. Eu olhei para Marina, e ela assentiu, sabendo exatamente o que eu estava pensando.
— A gente vai trazer todos eles, Marcello. — respondi. — Esse lugar não é só para vocês dois, mas para todos que quiserem aprender. E você vai ser parte disso.
O sorriso tímido de Marcello voltou, e ele apenas assentiu, claramente animado com a ideia. Naquele momento, eu sabia que estávamos apenas começando. Esse projeto tinha um potencial enorme, e estava claro para mim que, com a ajuda de Marina e das crianças, conseguiríamos fazer algo grande, algo que realmente mudaria vidas.
VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!
Eles praticamente adotando essas crianças nos próximos capítulos kkkkkk
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Our Waves - Gabriel Medina
Fanfiction2° TEMPORADA DE ON YOUR WAVE. RECOMENDO QUE LEIA ANTES! Helena, agora uma promessa emergente no surfe competitivo, continua a trilhar seu caminho nas ondas, enquanto sua família lida com os desafios e mudanças que vêm com essa nova fase. Gabriel, t...