Our Waves - Gabriel Medina

CAPÍTULO 12

Marina Soarez Medina's point of view

O que chamou minha atenção. Antes que eu pudesse me levantar, Helena e Cecília já estavam correndo pela casa, gritando "papai" com uma felicidade que eu não via há semanas. Gabriel estava em casa. Depois de um mês inteiro longe, ele finalmente voltou.

Fiquei parada por um momento, observando de longe. Meu coração acelerou, mas ao mesmo tempo senti um alívio profundo. Ver as meninas se jogando nos braços dele, rindo, tão felizes... Isso era tudo o que eu queria. Mas ao mesmo tempo, não conseguia ignorar o turbilhão de sentimentos que me invadiu. Eu tinha lido sobre a decisão dele de desistir da competição na mídia, mas ainda não conseguia acreditar. Gabriel, o homem mais determinado que eu conhecia, tinha aberto mão do quinto título mundial. Eu nunca imaginei que ele faria isso.

— Gabriel... — murmurei, minha voz um pouco rouca de tanta coisa que estava presa na minha garganta.

Quando ele me olhou, vi algo diferente em seus olhos. Talvez fosse o cansaço de tantos meses longe, ou o peso de sua decisão, mas havia uma suavidade ali que eu não via há muito tempo. Um sorriso discreto escapou dos meus lábios, um sorriso que tentava esconder a montanha-russa de emoções que eu sentia.

Parte de mim estava aliviada. Aliviada por ter meu marido de volta, por ver as meninas tão felizes com ele em casa. Mas outra parte estava preocupada. Sabia o quanto essa decisão devia ter custado a Gabriel, e me perguntava se ele estava realmente em paz com isso.

— Mari, eu... — ele começou a falar, mas foi interrompido por Cecília, que puxava sua mãozinha, ansiosa por sua atenção.

— Papai, você vai ficar, né? — a voz de Cecília era doce, cheia de esperança.

Observei Gabriel enquanto ele se abaixava para pegar Cecília no colo, o olhar dele suavizando de uma forma que me aqueceu por dentro.

— Vou, meu amor. Não vou a lugar nenhum. — A firmeza na voz dele me trouxe um conforto que eu nem sabia que estava buscando.

Ver Gabriel com as meninas, presente de corpo e alma, me fez perceber o quanto eu sentia falta disso. Sentia falta dele, da nossa família unida, de ter alguém ao meu lado para compartilhar as pequenas coisas do dia a dia. Eu me acostumei a ser forte, a segurar as pontas sozinha, mas a verdade é que eu estava cansada. Cansada de tentar ser tudo para todos, quando tudo o que eu queria era ter meu parceiro ao meu lado.

Quando as meninas voltaram a brincar na sala, Gabriel se aproximou de mim. Ele tocou meu rosto com uma gentileza que quase me fez chorar. Fechei os olhos por um segundo, absorvendo aquele toque, aquela conexão que parecia tão distante até agora.

— Eu estou aqui agora, Mari. Para vocês. Para nós. — A voz dele era baixa, cheia de uma sinceridade que me fez tremer.

Abri os olhos e encontrei os dele. Eu tinha tantas coisas que queria dizer, tantas emoções que estavam presas dentro de mim, mas naquele momento, tudo o que consegui fazer foi me inclinar para ele, sentindo o calor do seu corpo, sentindo-me inteira novamente.

— Eu senti sua falta — sussurrei, minha voz embargada pela emoção.

— Eu também senti, Mari. Mais do que você imagina.

Ficamos ali, abraçados, enquanto as risadas das meninas ecoavam pela casa. Pela primeira vez em muito tempo, senti que a nossa família estava completa. E, embora eu soubesse que o caminho à frente não seria fácil, estava pronta para enfrentá-lo, desde que estivéssemos juntos. Porque, no final das contas, era isso que realmente importava: nós.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

Gabriel voltou, mas isso não significa que tá tudo resolvido, ainda tem muito o que resolver.

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