CAPÍTULO 18

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Marina Soarez Medina's point of view

Uma semana se passou desde que Gabriel voltou para casa, e as coisas mudaram em muitos aspectos, principalmente para as meninas. Ele tem se esforçado para passar mais tempo com elas, buscando estar presente em cada detalhe do dia a dia. Quando Helena chega da escola, eles vão direto para a praia, onde pegam algumas ondas juntos. Ela está radiante, e vê-la tão feliz deveria trazer paz ao meu coração. Mas, mesmo com todo o esforço dele, a tensão entre nós continua lá, como uma sombra que não conseguimos dissipar.

Hoje é o aniversário do pequeno Andrei, filho da Adriana e do Lucas, nosso afilhado. O jardim está decorado com balões coloridos, as crianças correm para lá e para cá, aproveitando cada momento da festa. Gabriel está do outro lado do quintal, perto da churrasqueira, conversando com Lucas e Charlão. Ele ri, gesticula, mas eu conheço bem aquele olhar. Há algo dentro dele que ainda não foi resolvido, e isso me corrói por dentro. Nós já conversamos sobre os problemas, tentamos entender o que está errado, mas parece que estamos presos, sem saber por onde começar a nos resolver.

Enquanto isso, estou aqui, debaixo da sombra de uma árvore, com Adriana, Sophia e Simone. O calor da tarde é amenizado pela brisa suave que passa por entre as folhas, e as risadas das crianças ecoam ao nosso redor. Deveria ser um momento de descontração, mas minha mente está longe, presa nas incertezas que insistem em me atormentar.

— Vocês estão bem, Marina? — Simone pergunta de repente, me trazendo de volta ao presente. Ela sempre foi direta, sem rodeios.

Respiro fundo, tentando encontrar as palavras certas.

— Estamos... tentando — minha voz sai mais hesitante do que eu gostaria. Desvio o olhar, incapaz de encarar as expressões preocupadas delas. — Já conversamos sobre o que está acontecendo, mas a verdade é que não sabemos por onde começar a resolver as coisas. Gabriel está tentando, eu vejo isso, mas ainda sinto que estamos distantes.

Adriana, sempre tão empática, segura minha mão e a aperta gentilmente.

— É normal, amiga. Vocês passaram por tanta coisa... Leva tempo para as coisas se ajustarem de novo.

— Gabriel te ama, Marina. Ele só precisa de tempo para processar tudo isso — diz Sophia, com a voz suave, mas carregada de certeza. Ela conhece o irmão melhor do que ninguém.

Eu sei que elas têm razão. Gabriel está tentando, ele tem se mostrado mais presente, mais atencioso. Mas não consigo evitar o medo que me assola. E se esse esforço não for suficiente? E se continuarmos presos nesse ciclo, sem conseguir achar o ponto de partida para resolver o que está nos afastando?

A festa continua ao nosso redor, mas me sinto isolada, como se estivesse em uma bolha. As cores vivas dos balões, as risadas das crianças, tudo parece distante, ofuscado pelo turbilhão de pensamentos que não consigo afastar. Vejo Gabriel me olhar de relance, e por um momento, nossos olhos se encontram. Há uma dor ali, uma compreensão silenciosa de que ainda temos um longo caminho a percorrer.

Enquanto as crianças correm pelo jardim e os adultos conversam alegremente, só consigo pensar em uma coisa: será que, no final desse caminho incerto, ainda estaremos juntos? Será que vamos conseguir nos reencontrar, ou o que estamos vivendo agora é só o início de uma separação que nenhum de nós consegue admitir?

Essas perguntas me assombram, e a resposta parece tão distante quanto o futuro que um dia sonhamos construir juntos. Só posso esperar que, de alguma forma, encontremos a força para seguir em frente, lado a lado, como sempre fomos.

VEJO VOCÊS NO PRÓXIMO CAPÍTULO!

Ai gente, agora é questão do medo da Marina, e isso vai ser explicado nos próximos capítulos!

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Our Waves - Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora