09

776 54 6
                                    

Maratona 1/4 capítulos

Espero que vocês gostem! Beijos até daqui a pouquinho 💙🫶🏽

Espero que vocês gostem! Beijos até daqui a pouquinho 💙🫶🏽

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


BIANCA CASTILHO
Havaí, Estados Unidos

A competição estava a todo vapor. O mar estava mais desafiador do que eu esperava, mas eu estava determinada a conseguir a pontuação que precisava para superar a australiana e ficar em primeiro lugar. Minha mente estava focada na onda que se aproximava, e eu me preparei para o tubo perfeito que conseguiria me levar ao topo.

Eu surfei com tudo o que tinha. O tubo foi perfeito. Eu sabia que tinha feito o suficiente para marcar sete pontos, o que me deixava a poucos passos da vitória. Mas, quando pensei que a parte mais difícil tinha passado, uma onda gigante, de quatro metros, se formou atrás de mim.

Não tive tempo de reagir. A onda me pegou de surpresa e me empurrou para baixo. A água fria e turbulenta me envolveu, e eu senti o peso da água empurrando meu corpo para o fundo do mar. Meu coração disparou, e a luta para subir à superfície parecia interminável.

Minhas forças estavam se esgotando, e eu não conseguia encontrar o caminho de volta. O medo tomou conta de mim, e eu me senti desorientada. Tentava manter a calma, mas o pânico estava começando a tomar conta.

Não sei quanto tempo passei lá embaixo, mas finalmente senti um par de mãos me puxando para a superfície. O ar foi um alívio, e eu senti uma mistura de dor e exaustão ao ser resgatada. Lembro-me de ouvir vozes ao fundo, mas estava tão cansada que o mundo ao meu redor parecia se desfocar.

GABRIEL MEDINA
Havaí, Estados Unidos

Eu estava ali, ao lado de Chumbo, Scooby, Chumbinho, Luana e Tati, torcendo para nossas amigas competidoras. A energia no ar era elétrica, e eu estava tentando me manter focado. Tati e Luana acabaram de competir e estavam ansiosas pelo resultado. Eu tentava não pensar muito em Bianca, mas não conseguia evitar.

Vi o desempenho de Bianca de longe, e quando ela conseguiu os pontos necessários, a sensação de que ela estava prestes a se tornar a melhor do mundo era inebriante. Mas então, algo aconteceu. Bianca não voltou à superfície. O pânico começou a se instalar, e eu senti um frio na espinha. Luana estava quase em estado de choque, e seus olhos procuravam por Bianca com desespero.

Meu coração estava acelerado, e eu não consegui ficar parado. Quando a equipe de resgate trouxe Bianca para a superfície, eu sabia que precisava fazer algo.

— Eu sei que você está preocupado e ama ela, então vai atrás dela e fica do lado dela. Me manda mensagem qualquer coisa — disse Scooby, com uma expressão de preocupação e compreensão.

Senti um nó na garganta e, sem pensar duas vezes, pedi para um táxi seguir a ambulância que passava rapidamente. No caminho para o hospital, minha mente estava cheia de pensamentos confusos.

[...]

Cheguei ao hospital e, para minha surpresa, o recepcionista não me fez muitas perguntas. Menti dizendo que era marido de Bianca e recebi uma etiqueta de informação e o número do quarto dela. Minha mão estava trêmula ao passar pela recepcionista, e meu coração estava pesado.

Entrei no quarto e vi Bianca deitada em uma cama com vários aparelhos ao seu redor. A visão dela assim, com o rosto pálido e a respiração irregular, me atingiu como um soco no estômago. A enfermeira ajustava o oxigênio e saiu logo depois, deixando-me a sós com Henrique e Júlia.

— Você não deveria estar aqui. Nós vamos ficar com ela — Henrique disse, claramente preocupado.

— Não, eu fico aqui — respondi, sentando ao lado de Bianca e segurando sua mão. Ela estava fria e sem vida, e isso partiu meu coração.

A dor e a ansiedade eram quase insuportáveis. Comecei a mexer no meu celular, respondendo as mensagens e ligações de amigos e familiares de Bianca. As palavras eram cheias de preocupação, e até mesmo Ben, nosso afilhado, havia mandado uma mensagem perguntando se a "dinda" dele estava bem. Cada mensagem era um lembrete doloroso do quanto Bianca era amada e o quanto sua ausência estava afetando a todos nós.

Fiquei sentado ali, ao lado de Bianca, tentando manter a esperança enquanto a noite avançava. Meu coração estava em pedaços, e o medo de perder a garota que eu amava era esmagador.

O quarto que estávamos estava começando a ficar frio a cada minuto que se passava, eu estava com a minha cabeça encostada na maca quando a porta se abriu e eu vi Carlos entrando. Ele sempre um homem de aparência séria, sempre controlador, mas naquele momento seus olhos estavam cheios de preocupação. Quando ele avistou Henrique e Júlia, comprimentou eles com um gesto de cabeça, mas a tristeza era evidente.

Quando Carlos me viu ao lado de Bianca, seu rosto se contorceu em uma expressão de dor. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou e me abraçou. O abraço foi inesperado e profundo, um conforto que eu não esperava, especialmente vindo de alguém que normalmente mantém uma certa distância emocional. Era um abraço quente e acolhedor, um sinal de que, apesar das diferenças, havia um vínculo profundo entre nós.

— Gabriel, eu preciso que você vá para o hotel e foque na competição. Eu vou ficar aqui com Bianca e avisarei assim que ela acordar — disse Carlos, com uma firmeza gentil na voz.

Eu hesitei, lutando contra a vontade de ficar ao lado de Bianca. A ideia de deixá-la em um estado tão frágil era insuportável. Mas a determinação nos olhos de Carlos e a promessa de que ele estaria lá para cuidar de Bianca acabaram me convencendo.

— Está bem — respondi, com a voz rouca. — Eu vou voltar para o hotel. — falo, vendo o mais velho concorda antes de se virar para Bianca.

Antes de sair do quarto, dou uma olhada para Bianca vendo que a garota continuava na mesma posição desde que tinha chegado, parecia que ela estava dormindo.

Scooby e Tati estavam na recepção quando eu saí do quarto. Eles me encontraram com expressões preocupadas e me acompanharam de volta ao hotel. O caminho de volta foi silencioso, a atmosfera carregada de uma tristeza coletiva.

Assim que chegamos ao hotel, eu me sentei no quarto com Scooby e Tati. A decepção e o medo ainda estavam estampados no meu rosto.

— Como ela está? — perguntou Tati, quebrando o silêncio.

Eu balançei a cabeça, tentando encontrar as palavras certas. — Não sei ao certo. Está muito mal. Os médicos estão fazendo o que podem. Eu... eu só me sinto tão culpado. Bianca sempre foi tão forte, e agora...

Scooby colocou uma mão reconfortante no meu ombro. — Não é sua culpa, cara. Você fez o que podia.

Suspirei, olhando para a janela do quarto, enquanto a luz da manhã começava a invadir o ambiente. — Eu sei, mas quando ela acordar, ela vai estar tão mal. E eu não vou estar lá para dar apoio.

A tensão era palpável. Eu me sentei na cama, passando a mão pelo rosto, enquanto Scooby e Tati tentavam me confortar.

— Só tente focar na competição agora. Vamos precisar de você em boa forma para representar a Bianca. — disse Scooby, com um tom encorajador.

Concordei, mesmo que a preocupação e a culpa continuassem a pesar sobre mim. A competição era importante, mas nada parecia tão significativo quanto o estado de Bianca.

Enquanto eu tentava me recompor, a sensação de impotência continuava a ser um peso constante. Eu sabia que a recuperação de Bianca seria um caminho longo e difícil, e a esperança era a única coisa que me mantinha de pé.

retorno das ondas: Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora