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GABRIEL MEDINA
Copacabana, Rio de Janeiro

Acordei com um leve sobressalto, notando que Bianca havia programado o alarme para garantir que não perderíamos o voo. Me virei para o lado e a vi ainda sonolenta, começando a despertar ao meu lado. Seu rosto tranquilo e sereno me enchia de paz, uma visão que eu não via há algum tempo.

— Bom dia — murmurei, tocando suavemente sua perna.

Ela abriu os olhos devagar, sorrindo levemente. — Bom dia... — respondeu, a voz ainda carregada de sono. — Tá preparado?

— Acho que sim. E você?

Ela assentiu, se espreguiçando devagar. — Não tive enjoo essa noite...

— Que bom, né? — comentei, vendo como esse pequeno detalhe parecia aliviá-la. Ela começou a calçar a bota ortopédica e se levantou da cama.

— Preciso passar no hotel para arrumar umas coisas — disse, ainda esticando os músculos preguiçosos. — Depois volto pra te buscar.

— Beleza. Vou pedir para o porteiro liberar sua entrada. — Bianca respondeu com um aceno, já mexendo no celular.

Levantei, procurando minha camiseta perdida entre os lençóis. Quando finalmente a encontrei, a vesti e fui até a sala, onde Bianca estava concentrada no celular, a luz suave da manhã iluminando seu rosto. Fiquei ali por um momento, apenas observando, sentindo-me incrivelmente sortudo por tê-la em minha vida.

— Vou indo, tá? — disse, me inclinando para beijá-la na cabeça. — Até logo.

— Até, Gabi. Obrigada por ter me levado ontem. — Ela me deu um sorriso sincero, levantando os olhos do celular por um momento.

Ela me acompanhou até a porta e se despediu. Desci até a garagem e entrei no carro que havia alugado, seguindo em direção ao hotel. O trajeto foi acompanhado por pensamentos soltos, refletindo sobre como as coisas finalmente estavam se ajeitando. Desde que decidimos contar sobre a gravidez aos amigos mais próximos, senti um alívio que há muito não sentia. Sabíamos que não poderíamos esconder isso por muito tempo e, embora a ideia de contar para nossos pais me causasse ansiedade, também me deixava animado.

Confesso que nunca senti necessidade de compartilhar a novidade nas redes sociais. Sei como as pessoas podem ser cruéis, sempre prontas para criticar. Minha maior preocupação era Bianca e como ela lidaria com os comentários maldosos quando a notícia se tornasse pública. Ela já passou por tanta coisa, e a última coisa que quero é vê-la sofrendo novamente.

Ao chegar no hotel, subi para arrumar minhas coisas. Não havia muito o que organizar, mas a tarefa ajudou a distrair minha mente. Depois de garantir que não estava esquecendo nada, fiz o check-out e voltei para o carro, seguindo em direção ao apartamento de Bianca.

retorno das ondas: Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora