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BIANCA CASTILHO Copacabana, Rio de Janeiro

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BIANCA CASTILHO
Copacabana, Rio de Janeiro

— Tem certeza de que não quer que eu te espere? — Gabriel perguntou. Eu sorri levemente e assenti. — Tá bom, me avisa quando chegar em casa, por favor. 

— Pode deixar, e obrigada pelo dia de hoje. Foi bom ter você com a gente. — falei, vendo o moreno assentir com um sorriso. 
— Tchau, Gabi. Até amanhã. 

— Até, morena. — Gabriel respondeu, e eu dei uma leve risada antes de sair do carro e entrar no prédio onde ficava o escritório da minha equipe.

O escritório estava silencioso quando entrei. As paredes eram decoradas com troféus, pranchas autografadas e fotos dos melhores momentos da minha carreira, da Luana, do Chumbo e do João. Tudo aquilo parecia tão distante agora, como se pertencesse a outra pessoa, a uma versão de mim que eu já não reconhecia. Henrique e Júlia já estavam lá, sentados ao redor da grande mesa de reuniões. O olhar deles me dizia que aquela conversa não seria fácil, e eu não estava preparada para isso.

— Bom dia, Bianca — Henrique começou, sorrindo suavemente. — Como você está se sentindo?

— Já estive melhor — respondi, tentando manter a voz firme, mas sem sucesso.

Júlia me observava com uma expressão preocupada, seus olhos vasculhando meu rosto em busca de algo que eu não conseguia esconder: a exaustão e a incerteza.

— Sabemos que essa não é uma situação fácil para você — disse Júlia, cruzando as mãos sobre a mesa. — Mas precisamos discutir algumas coisas importantes, principalmente sobre a sua saúde e sua carreira.

Assenti, sentindo um aperto no peito.

— Eu... estive pensando em voltar para Maresias — soltei as palavras rapidamente, como se quisesse me livrar delas.

Henrique e Júlia se entreolharam, e foi Júlia quem falou primeiro.

— Maresias? — Ela soou surpresa. — Bianca, você sabe que lá não tem infraestrutura adequada para o seu pré-natal. Precisamos garantir que você tenha acesso aos melhores médicos, e isso significa estar perto de uma cidade com hospitais de qualidade.

— Eu sei disso, Júlia — respondi, sentindo a culpa pesar em cada sílaba. — Mas eu preciso estar em casa. Preciso me sentir em casa — sussurrei, sentindo um nó se instalar na minha garganta.

— Entendo o que você está dizendo — Júlia continuou, num tom mais suave. — Mas precisamos pensar na sua saúde e na do bebê. Se você realmente quiser ir para Maresias, terá que vir ao centro de São Paulo regularmente para as consultas. Assim, podemos garantir que você esteja recebendo o melhor acompanhamento possível.

Henrique finalmente entrou na conversa, sua voz firme, mas compreensiva.

— Bianca, seu pé ainda está se recuperando. Isso significa que você não vai poder treinar como antes, pelo menos não agora. Se você for para Maresias, pode ser que precise vir para São Paulo regularmente para as consultas e, eventualmente, para retomar os treinos. Isso será um compromisso. Eu posso acompanhar seus treinos na academia e, quando seu pé estiver melhor, podemos considerar voltarmos a treinar no mar.

retorno das ondas: Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora