15

686 45 1
                                    

BIANCA CASTILHO Copacabana, Rio de Janeiro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


BIANCA CASTILHO
Copacabana, Rio de Janeiro

Estava uma tarde chuvosa no Rio de Janeiro, e eu observava as gotas de chuva caírem contra a janela do meu apartamento. As nuvens escuras refletiam o turbilhão de emoções que eu vinha sentindo nas últimas semanas. O Rio sempre foi minha casa, meu refúgio, mas ultimamente, a cidade parecia mais fria e solitária. E a notícia da gravidez, que eu ainda estava processando, só tornava tudo ainda mais difícil.

Eu havia decidido não contar para minha mãe sobre a gravidez, pelo menos não ainda. Ela sempre foi uma mulher forte, mas também muito protetora. Tinha medo de preocupar ela, de deixá-la ainda mais ansiosa. E, no fundo, acho que eu mesma ainda não tinha aceitado completamente essa nova realidade.

Meu celular vibrou na mesa, me tirando dos meus pensamentos. Era uma chamada de vídeo da minha mãe. Respirei fundo antes de atender, sabendo que eu precisaria disfarçar bem meus sentimentos.

— Oi, mãe! — Atendi, tentando soar mais animada do que realmente estava.

— Oi, minha filha! — Ela respondeu com aquele sorriso caloroso que sempre iluminava o rosto dela. — Como você está?

— Estou bem, e você? Como estão as coisas em Maresias? — Perguntei, desviando o foco de mim.

— Tudo tranquilo por aqui, mas estou com saudades de você. — Minha mãe falou, e eu senti uma pontada de culpa, por não estar tão próxima da minha mãe.

— Também estou com saudades, mãe. — Respondi, tentando disfarçar a tristeza na minha voz.

Ela me olhou atentamente através da tela, seus olhos analisando cada detalhe do meu rosto. Era como se ela pudesse ver além do que eu estava mostrando.

— Tá tudo bem, Bia? — Ela perguntou, sua voz cheia de preocupação. — Eu sinceramente estou começando a ficar preocupada, você parece mais triste e distraída.

Soltei um fraco suspiro, sabendo que seria difícil enganar minha mãe. Ela sempre teve essa habilidade de perceber quando algo não estava certo.

— Está tudo bem, mãe. — Falei, mas minha resposta não parecia convencê-la.

Ela me olhou por um longo momento, como se estivesse ponderando sobre o que dizer a seguir.

— Bia, eu sei que você sempre foi muito independente, e eu admiro isso. — Ela começou, com um tom cuidadoso. — Mas estou percebendo que, ultimamente, você não parece a mesma. Tem algo te incomodando? Você sabe que pode falar comigo, não é?

Olhei para ela através da tela, sentindo uma onda de emoção subir à superfície. Eu queria contar a verdade, mas a insegurança e o medo de sua reação me seguravam.

— Mãe, eu só... Eu só tenho muita coisa na cabeça agora. — Disse, escolhendo as palavras com cuidado. — Trabalho, projetos... Às vezes, parece que estou carregando o mundo nas costas.

retorno das ondas: Gabriel Medina Onde histórias criam vida. Descubra agora