16 | The Noose Tightens

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POV'S

O telefone repousa pesado em sua mão, como se ele fosse a chave para o controle de toda a situação. Billie senta-se na ponta da mesa, olhando fixamente para o número de Sinclair. Ela respira fundo, mantendo a calma que aprendeu a dominar durante anos de decisões difíceis. O ódio fervia em seu peito, mas ela sabia que esse sentimento, por mais poderoso que fosse, precisava ser controlado. Quando ela discou o número, já havia decidido como o jogo seria jogado.

A linha tocou duas vezes antes de ser atendida. Ela esperava ouvir a voz arrogante do homem do outro lado da linha, e não foi decepcionada.

- Billie - Sinclair atende, com aquele tom despreocupado que ela desprezava. - Que surpresa. Eu imaginava que demoraria mais para ouvir sua doce voz. -

Ela fechou os olhos por um segundo, sentindo a raiva se transformar em uma lâmina afiada em sua mente. Sua voz saiu fria, cada palavra cortando o ar como uma faca. - Vamos cortar as formalidades, Sinclair. Eu sei tudo. Suas conexões, seus esquemas sujos... eu tenho tudo documentado. E vou usar isso contra você. -

Do outro lado, houve uma breve pausa. Sinclair provavelmente estava tentando processar a seriedade de sua afirmação. Ele não era idiota, mas adorava fingir que tinha o controle da situação. Ela podia quase vê-lo forçar um sorriso.

- Você sempre foi dramática, Billie. Então, o que você espera que eu faça? Implorar pela minha vida? Talvez até derramar uma lágrima? - A tentativa de sarcasmo soava frágil, como um verniz fino cobrindo o medo.

Ela apertou o telefone com mais força, mantendo o controle sobre sua própria voz, que saiu gélida. - Eu não preciso que você implore. Eu só preciso que você entenda o quão perto está do seu fim. Continue mexendo com a Maya, continue cruzando o meu caminho... e vou garantir que você desapareça, e ninguém sequer vai lembrar que você existiu. -

Billie ouviu a respiração dele mudar, apenas um pouco mais pesada. Ele estava com medo, embora estivesse tentando esconder. O silêncio do outro lado foi perturbado por um riso forçado, mas havia uma rachadura naquele som que Billie percebeu imediatamente.

- Você acha que me assusta? Eu lido com ameaças diariamente, e ainda estou aqui, firme. -

Ela sorriu, mas não de diversão, era um sorriso frio, sem vida. - Não estou ameaçando. Estou prometendo. Você acha que é intocável, mas eu conheço cada uma das suas rotas de fuga, cada refúgio onde você se esconde. Não há lugar onde você esteja a salvo de mim. -

Do outro lado, o silêncio de Sinclair durou um segundo a mais do que o normal. Ela soube que tinha atingido o ponto certo, o medo se infiltrando por entre as rachaduras da sua arrogância.

- Muito poético, Billie - ele disse, a voz levemente trêmula, tentando recuperar o controle. - Você deveria escrever um livro. -

Ela ignorou a tentativa patética de desviar o foco. - Se eu quisesse, poderia enviar cada detalhe sobre seus 'negócios' para a imprensa agora mesmo. Ou quem sabe, mandar alguns amigos meus para fazer uma visita... Bem do jeito que você não gosta. -

Agora, o medo transparecia claramente na voz de Sinclair. Ele sabia que estava encurralado, mesmo que ainda tentasse manter a fachada de desprezo. - E o que você quer, exatamente? Por que esse show todo? -

Ela foi direto ao ponto, cortando qualquer tentativa de manipulação.  - Você vai deixar a Maya em paz. Sem joguinhos, sem mais ameaças. Você solta ela, desaparece, e talvez-talvez-eu considere não acabar com você. -

The Price Of Power | g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora