10 | Endless Sleep

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BILLIE

Os passos eram firmes e decididos enquanto eu liderava meus homens pelo cativeiro. Finalmente, consegui rastrear a localização de Maya, e havia reunido cinquenta homens para garantir que a operação fosse bem-sucedida. O som de nossa chegada foi abafado pelos ruídos do ambiente, mas a tensão era palpável.

Com um sinal, começamos a nos posicionar. Eu passei por entre as sombras, o coração batendo forte, e cada movimento que fazia era calculado para evitar o pior. O ar estava carregado com uma mistura de ansiedade e determinação. A operação precisava ser precisa.

Quando finalmente dei o sinal, os tiros começaram. O som dos disparos e o eco das balas atravessaram o armazém, criando uma cacofonia de caos. As balas ricocheteavam pelas paredes e a poeira se erguia, misturando-se com o cheiro de pólvora e metal. O pai de Maya estava lá, tentando escapar pela confusão, e meus homens lutavam para contê-lo.

A batalha era frenética. Eu me movia de um ponto a outro, tentando manter a visão clara em meio ao caos. A adrenalina corria pelas minhas veias, e a frustração de ver o pai de Maya fugir novamente era quase insuportável. Cada tiro disparado parecia uma corrida contra o tempo para salvar Maya.

Finalmente, o tiroteio começou a cessar. O som dos disparos diminuía, e o caos começou a se acalmar, mas a sensação de urgência não desapareceu. Corri pelas escadas para o porão, onde a visão que encontrei me fez parar abruptamente.

Lá estava Maya, deitada no chão, inconsciente e coberta de sangue e sujeira. A cena era devastadora e a dor no meu peito era quase física. Meu corpo tremia enquanto me ajoelhava ao lado dela, a visão da sua condição quebrando qualquer reserva emocional que eu ainda pudesse ter. As lágrimas começaram a cair, incontroláveis, e eu me inclinei para tocar seu rosto com um cuidado desesperado.

- Sinto muito, Maya - sussurrei, a voz embargada pela dor e culpa. - Fica comigo, por favor. - As lágrimas continuavam a escorrer pelo meu rosto, misturando-se com o suor e a sujeira ao redor. Meu coração estava pesado, esmagado pela culpa e pela impotência.

Observando a condição de Maya, eu só podia esperar que ela sentisse que eu fiz o melhor que pude, mesmo que isso não fosse suficiente para apagar a dor e o sofrimento que ela havia enfrentado.

As sirenes do hospital particular cortavam a noite enquanto corríamos com Maya nos braços. O som das luzes piscando e o frenesi dos paramédicos eram um lembrete cruel da urgência da situação. Eu segurava a mão dela, desesperada para garantir que ela estivesse próxima e que não a perderia de novo. A dor de vê-la naquele estado era quase insuportável.

No hospital, o ambiente estava imerso em uma frieza clínica, uma antítese ao caos que acabara de vivenciar. Com o coração apertado, eu assistia enquanto os médicos e enfermeiros trabalhavam freneticamente para estabilizar Maya. O pânico e a esperança se misturavam, cada segundo se arrastando enquanto esperava por notícias.

Finalmente, a Doutora Eleanor se aproximou, seu semblante sério e preocupado. Ela me olhou com um olhar que eu não queria entender, mas sabia que era inevitável. O frio na minha espinha era quase tangível enquanto ela começava a falar.

- Eu sinto muito - ela começou, sua voz carregada de uma tristeza que parecia refletir a minha própria.
-O estado dela é crítico. Ela vai ficar em coma. Não há um prazo definido para quando, ou se, ela vai acordar.-

Cada palavra dela parecia uma lâmina afiada, cortando o que restava de esperança que eu tinha. Eu tentei absorver a informação, mas era como se cada sílaba tivesse um peso esmagador. - E se ela acordar? - perguntei, a voz tremendo.

The Price Of Power | g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora