The Price Of Power | g!p

33 | Between Secrets and Smiles.

BILLIE

Acordo sentindo um peso suave sobre o meu corpo. Minha primeira reação é a surpresa, e por um breve segundo, fico confusa. Meus olhos ainda estão parcialmente fechados, minha mente oscilando entre o sonho e a realidade. O travesseiro está macio debaixo da minha cabeça, e o quarto ainda parece mergulhado no silêncio tranquilo da noite. É então que me dou conta de algo quente e suave contra mim – Maya.

Ela está deitada parcialmente sobre mim, seu corpo pequeno e delicado pressionando contra o meu. Seu braço está jogado sobre meu peito, e sua respiração é suave e ritmada, uma brisa quente que passa levemente pelo meu pescoço. Sinto seus cabelos bagunçados roçando em mim, e por instinto, meus dedos deslizam levemente sobre suas costas, subindo e descendo de forma quase automática. Meu coração parece desacelerar, uma calma tão profunda que há tempos eu não sentia.

Abro os olhos lentamente, apenas o suficiente para espiar o rosto dela. Maya parece tão tranquila, tão... vulnerável. Sua expressão é relaxada, quase como se estivesse em um lugar seguro onde nada pode machucá-la. Sorrio sem perceber, uma onda de ternura me inundando. Como alguém pode ser tão fofa enquanto dorme? As bochechas levemente coradas, a boca ligeiramente entreaberta... Ela é linda, até quando está completamente inconsciente do mundo ao seu redor.

Lembro-me da noite anterior, de como ela pediu para que eu ficasse com ela. Não foi um pedido fácil para Maya. Eu pude ver no rosto dela, na hesitação de suas palavras, o quanto lhe custava pedir isso. Ver ela se abrir, mesmo que um pouquinho, me derreteu por dentro. Claro que eu fiquei. Como eu não ficaria? Deitei ao lado dela, puxei as cobertas sobre nós e esperei que ela relaxasse, mas nunca imaginei que a manhã traria essa visão... ela toda enrolada em mim, como se eu fosse uma âncora no meio de tudo.

Acho que eu estava segurando a respiração sem perceber. Solto o ar lentamente, tentando não me mexer muito para não acordá-la. A última coisa que quero é interromper o sono de alguém que parece finalmente estar em paz. Ela precisa disso. Deus, como ela precisa disso.

Inclino um pouco a cabeça para ter uma visão melhor do rosto dela. Meu peito se aperta. Há uma parte de mim que está maravilhada e um pouco assustada com a intensidade dos meus sentimentos por ela. Nunca me senti assim antes. Eu sei disso, e é ao mesmo tempo assustador e... reconfortante? De alguma forma, faz sentido. Como se todos os pedaços quebrados em mim tivessem começado a se alinhar no momento em que Maya entrou na minha vida.

Meus olhos percorrem as pequenas linhas do rosto dela, memorizando cada detalhe. Isso deveria ser estranho. Isso deveria me fazer querer fugir, como fiz tantas vezes antes. Mas não com Maya. Com ela, tudo parece certo, como se meu lugar fosse aqui, agora, com ela em meus braços.

Levo uma das minhas mãos até o cabelo dela, afastando algumas mechas do rosto delicadamente. Eu poderia passar horas assim, só observando ela dormir. E, honestamente, acho que poderia mesmo. Eu poderia viver nessa quietude, onde o mundo lá fora não importa, onde só somos nós duas. O perigo, o caos, a violência... tudo parece tão distante agora.

Baixo um pouco o rosto e dou um beijo suave na cabeça dela. O cheiro de seus cabelos invade meus sentidos, e eu sorrio contra sua pele. Ela não se mexe, apenas continua dormindo profundamente, sua respiração estável e tranquila.

Fico observando, admirando o quanto ela parece inocente assim, o quanto o peso de tudo o que passou não aparece aqui, no seu estado mais puro. Maya tem sido tão forte, tão resiliente. Cada dia ao lado dela me faz querer ser melhor, fazer melhor... por ela. Eu sempre fui boa em construir paredes ao meu redor, em me proteger. Mas com Maya, essas paredes desabam. E, de algum modo, estou bem com isso.