08 | The Silent Void

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MAYA

A noite parecia uma calmaria enganosa quando eu estava no meu quarto, tentando encontrar algum alívio do caos recente. A sensação de segurança estava se desmoronando rapidamente quando o som de passos pesados e ameaçadores ecoou pelo corredor. O pânico imediatamente me tomou.

A porta do quarto se abriu com um estrondo, e eu vi um dos capangas de meu pai, um homem grande e imponente, de pé na entrada. Seu olhar era impiedoso, e sua presença era um presságio de que algo terrível estava prestes a acontecer.

- O que você está fazendo aqui? - minha voz tremia, mas eu sabia que não havia como escapar do que estava prestes a acontecer.

O capanga avançou sem uma palavra, e antes que eu pudesse me mover, ele me agarrou com força. Sua mão era como uma prisão de ferro, e eu lutei para me soltar, mas ele era implacável.

- me solta! - gritei, tentando me debater, mas ele apenas intensificou seu aperto. - Pai! Billie! Onde está Billie?

O capanga não respondeu. Ele continuou a me arrastar pelo corredor, minha resistência sendo cada vez mais inútil. Eu gritei por ajuda, mas a sensação de desespero estava crescendo enquanto ele me forçava a seguir. A casa parecia se estender interminavelmente, e cada passo parecia me levar mais longe da segurança.

Ele me empurrou contra uma parede e, com um movimento rápido, tirou um pano encharcado com um sedativo. Antes que eu pudesse reagir, ele pressionou o pano contra meu rosto. O cheiro químico era forte e o efeito foi instantâneo. A escuridão começou a envolver meus sentidos, e eu me senti desmoronando para dentro de um vazio profundo enquanto eu desmaiava.

Quando recuperei a consciência, a sensação era de estar completamente desorientada. O ambiente estava úmido e frio, e o cheiro de mofo e decomposição era penetrante. Eu estava em um cativeiro, em um quarto sujo e deteriorado, com paredes descascadas e uma única janela com grades enferrujadas. As cordas que me prendiam eram ásperas e apertavam meus pulsos.

O capanga estava do lado de fora do quarto, e as sombras da noite se estendiam pelas paredes. O medo e a desesperança me consumiam, e eu tentei entender a situação em que me encontrava. O cativeiro parecia um lugar esquecido, um reflexo da desolação que eu estava sentindo.

A porta se abriu com um rangido, e eu vi meu pai entrar, seu olhar frio e distante. Ele parecia indiferente ao meu sofrimento, e sua expressão era a de alguém que já havia tomado sua decisão.

- Finalmente, você está onde deveria estar - ele disse, sua voz dura e implacável. - Esse é o preço por não cumprir suas obrigações.

Ele me observou por um momento, o olhar impiedoso e calculista, e eu me senti cada vez mais pequena diante dele. A sensação de estar completamente à mercê deles era esmagadora, e a realidade do sequestro se tornava uma dor constante e esmagadora.

Enquanto a porta se fechava atrás dele, o som do trancar foi um lembrete cruel da minha nova realidade. O cativeiro estava cheio de desolação, e eu estava sozinha em um espaço que parecia não ter saída. As lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto, e eu tentei lidar com a imensidão do medo e da tristeza.

Eu só podia esperar que, de alguma forma, alguém encontrasse uma maneira de me resgatar desse pesadelo e devolver-me a um lugar onde a segurança e a esperança ainda fossem reais.

The Price Of Power | g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora