19 | Unexpected Awakening

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MAYA

Meu corpo parecia pesado, cada movimento um esforço monumental. Pisquei lentamente, tentando afastar a escuridão dos meus olhos. A luz era fraca, mas ainda assim incomodava. Algo estava errado. Minha cabeça latejava, e o som ritmado de bipes preenchia o silêncio ao meu redor.

Onde estou?

Tentei mexer os braços, mas algo estava preso ao meu pulso. Olhei para o lado e vi um tubo saindo do meu braço, conectado a uma bolsa pendurada ao lado da cama. As paredes brancas ao redor não ofereciam respostas, apenas um frio desconforto.

O que está acontecendo? Por que estou aqui?

Minha voz saiu como um sussurro rouco, quase engolida pelo silêncio. Minha garganta estava seca, e o gosto metálico na minha boca só aumentava minha inquietação. Tentei me lembrar de algo, qualquer coisa, mas minha mente estava vazia, como se alguém tivesse apagado tudo.

De repente, a porta se abriu, e dois rostos desconhecidos entraram. Um homem de jaleco branco e uma enfermeira. Eles se aproximaram, e eu tentei ler algo em seus rostos que explicasse o que estava acontecendo, mas tudo que encontrei foi um olhar cuidadoso e cheio de preocupação.

- Você está no hospital, Maya - o homem disse com voz calma, mas a confusão dentro de mim só aumentava. Como ele sabia meu nome?  - Você sofreu um trauma grave, mas está segura agora. -

Hospital? Trauma? As palavras flutuavam no ar, sem realmente se fixarem em mim. Nada fazia sentido.    - O que... o que aconteceu comigo? -

Eles trocaram um olhar rápido, algo que só aumentou minha ansiedade. - Vamos chamar alguém que pode explicar melhor - ele disse, e antes que eu pudesse reagir, os dois saíram da sala.

Meu coração começou a bater mais rápido. Quem eles iam chamar? Eu estava aterrorizada, presa em um pesadelo do qual não conseguia acordar. Tentei lembrar de algo, mas quanto mais forçava minha mente, mais ela resistia.

Logo, ouvi passos apressados. A porta se abriu novamente, e uma mulher entrou. Seu rosto estava pálido, os olhos inchados como se ela tivesse chorado por muito tempo. Mas o que mais me perturbava era o olhar em seus olhos ao me ver. Era um misto de alívio e dor.

Ela se aproximou com cuidado, como se temesse que eu pudesse desaparecer a qualquer momento. Ela parecia conhecer cada detalhe meu, mas para mim, ela era uma estranha completa.

- Maya... você está acordada. Graças a Deus - ela disse, a voz embargada. Mas eu não conseguia sentir nada além de uma confusão crescente.

- Quem... quem é você? - Minha voz saiu trêmula, cheia de medo.  - Por que você está aqui? O que está acontecendo? -

O silêncio entre nós era insuportável. A mulher ficou paralisada, o rosto contorcido em uma mistura de dor e incredulidade. Algo dentro de mim sabia que minha pergunta a havia ferido profundamente, mas eu não conseguia evitar. Eu precisava entender, precisava de respostas. Quem era ela? E por que eu não conseguia lembrar?

Ela deu um passo para trás, como se o impacto das minhas palavras tivesse sido físico. Seus olhos começaram a brilhar com lágrimas, mas ela rapidamente as enxugou, tentando se recompor. Havia algo tão intenso e verdadeiro em sua dor que me fez sentir uma pontada de culpa, mesmo sem saber o motivo.

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