28 | Caught in the Act and Laughter

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MAYA

O beijo tinha sido uma surpresa, um choque inesperado que deixou meu corpo e mente em turbilhão. Eu ainda podia sentir o calor dos lábios de Billie, uma sensação que me envolvia e me fazia sentir algo que eu não sabia como processar.

Eu me afastei lentamente, tentando entender o que acabou de acontecer. O que foi isso? O toque de Billie parecia ter quebrado algo dentro de mim, um muro que eu havia construído com tanta precisão. Mas agora, a presença dela estava me desarmando de uma maneira que eu não esperava.

Era confuso e, ao mesmo tempo, incrivelmente claro. Havia algo profundamente real na forma como ela me beijou, uma ternura e um cuidado que contrastavam com todo o caos e dor que eu havia vivido. Mas o que significava aquele beijo? Eu me perguntava se era um sinal de algo mais profundo ou apenas um reflexo da intensidade da situação. E, acima de tudo, como eu deveria rotular o que havia entre nós?

Eu me sentia aterrorizada pela falta de definição. O beijo havia criado um espaço indefinido entre nós, e eu não sabia como preenchê-lo. Era um medo constante: a incerteza do que esse momento significava, e como isso impactaria nosso relacionamento daqui para frente. O medo de não ter um rótulo claro me consumia. Eu estava presa entre o desejo de me conectar e a necessidade de entender o que isso realmente significava.

Havia um desejo crescente de me entregar, mas também um medo profundo de me ferir novamente, de me envolver em algo que não sabia como controlar. Eu precisava de tempo para processar meus sentimentos e entender o que estava acontecendo entre nós. O beijo havia aberto uma nova porta, mas eu estava paralisada pela incerteza de não saber o que encontraria do outro lado.

Quando vi Billie novamente, meu coração acelerou, e um nó se formou no meu estômago. O beijo ainda estava fresco na minha mente, uma lembrança constante que me fazia sentir uma mistura desconfortável de expectativa e ansiedade. Eu não sabia como agir, nem o que esperar.

Billie parecia confusa também. Ela tentou agir normalmente, mas eu podia ver a dúvida em seus olhos. A tentativa de manter uma conversa casual só fazia com que o silêncio entre nós parecesse mais carregado. Eu me sentia cada vez mais desconfortável, incapaz de olhar diretamente para ela por mais de alguns segundos.

– Oi – eu disse, minha voz saindo mais fraca do que eu esperava. Era um cumprimento simples, mas carregado de significados não ditos. Billie sorriu, mas havia um toque de hesitação no gesto, como se ela também estivesse lutando para entender o que estava acontecendo entre nós.

Eu tentei forçar um sorriso de volta, mas era um esforço doloroso. A realidade de que o beijo havia mudado algo entre nós parecia pairar no ar, uma sombra que não podíamos ignorar. Cada pequena interação agora parecia carregada de tensão. Quando Billie se aproximava para me cumprimentar ou me oferecer algo, eu me pegava analisando cada gesto, cada palavra, tentando entender se havia um subtexto que eu não estava pegando.

– Você está bem? – Billie perguntou uma vez, sua preocupação evidente. Eu forcei uma resposta positiva, mas não consegui esconder completamente a inquietação que sentia. A verdade era que eu estava longe de estar bem. A incerteza sobre o que significava aquele beijo me consumia, e eu não tinha ideia de como explicar isso para Billie ou para mim mesma.

A distância entre nós parecia crescer a cada momento que passava. O beijo, em vez de nos aproximar, havia criado uma barreira de dúvidas e medos. Eu queria entender o que significava tudo isso, mas ao mesmo tempo, estava com medo de confrontar a verdade. A tensão entre nós era palpável, e eu não sabia como quebrar o silêncio que havia se instalado.

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