34 | Bonds of Betrayal

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BILLIE

Eu observei Maya no sofá, os olhos fixos na tela da TV, mas eu mal conseguia focar em qualquer coisa que não fosse o plano que estava se formando na minha mente. O tempo estava correndo, e cada segundo que passava me deixava mais perto de encontrar Christopher. Não havia como adiar mais. Eu precisava sair. Precisava encontrá-lo.

– Maya – chamei, minha voz soando mais grave do que eu pretendia. Ela virou o rosto, seus olhos grandes e inquisitivos me estudando. Ela sabia que algo estava errado. – Eu... preciso sair. Tem algo que eu preciso resolver.

Eu vi a mudança imediata em seu rosto. Preocupação. Incerteza.

– Sair? Por quê? – Maya se endireitou no sofá, já sabendo a resposta. – É sobre o meu pai, não é?

Soltei um suspiro, cruzando os braços e tentando manter minha postura firme.

– Sim – admiti. – É sobre ele. Descobri uma pista. A gente sabe que ele está escondido, e tenho homens trabalhando pra descobrir exatamente onde. Mas, pra conseguir essa informação... eu preciso sair. Pessoalmente.

Eu vi seus olhos se encherem de medo, e ela desviou o olhar, mordendo o lábio. Meu coração apertou. Ela odiava quando eu saía para resolver essas coisas, e eu sabia que essa era especialmente perigosa.

– Não quero que você vá – ela sussurrou, as palavras carregadas de vulnerabilidade. – E se algo acontecer com você? E se...

Seus olhos estavam cheios de medo, e isso me atingiu como um soco. Me abaixei até ficar de joelhos na frente dela, tomando suas mãos nas minhas. Eu precisava que ela entendesse.

– Eu vou ficar bem – falei, firme, olhando direto em seus olhos. – Eu prometo. Mas eu tenho que fazer isso. Se encontrarmos Christopher, isso acaba. Tudo acaba. Você vai estar segura. Nós vamos estar seguras.

Ela engoliu em seco, sua respiração hesitante.

– Billie... eu não quero que você se machuque por minha causa, já te falei isso.

Eu apertei suas mãos um pouco mais forte, tentando transmitir tudo o que sentia naquele toque.

– Não vai acontecer – assegurei. – Eu volto logo, Maya. E aí vamos resolver tudo juntas, eu prometo.

Antes que eu pudesse continuar, Maya me surpreendeu. Ela se inclinou rapidamente e pressionou seus lábios nos meus, num selinho breve, mas cheio de significados. O toque foi suave, quase tímido, mas me atingiu em cheio. Quando ela recuou, seus olhos estavam mais tranquilos, mas ainda vulneráveis.

Fiquei momentaneamente sem palavras, sentindo o calor daquele gesto se espalhar por mim. Era a primeira vez que ela tomava a iniciativa assim, mesmo que de forma tão delicada. Um sorriso suave curvou meus lábios, apesar da tensão no ar.

Antes que eu pudesse reagir, o som agudo e estridente do meu celular interrompeu o momento, fazendo meu corpo inteiro se enrijecer. Peguei o celular da mesa, e meu estômago revirou quando vi o número desconhecido na tela. Só podia ser ele.

– Espera aqui – pedi a Maya, antes de atender. Levei o celular ao ouvido, sentindo a raiva borbulhar no fundo da minha garganta. – O que você quer?

The Price Of Power | g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora